No balanço dos seus primeiros seis meses de governo, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, declarou que a meta é transferir ao setor privado, até o fim do mandato do presidente Jair Bolsonaro (PSL), projetos de logística que somam R$ 208 bilhões em investimentos ao longo dos contratos, a maior parte em rodovias. Mas acrescentou que serão leiloados também aeroportos, ferrovias e portos.
Para ele, a aprovação da Reforma da Previdência na Câmara em primeiro turno ajuda a atrair investidores: “Podemos esperar presença forte de investidor estrangeiro nesses projetos. O resultado da Câmara foi muito importante. Havia o risco de insolvência do setor público, o investidor enxergava isso. Esse risco tem sido mitigado por meio da questão previdenciária.”
Com a deterioração das contas públicas, o governo vê nos leilões a principal forma de retomar os investimentos em infraestrutura. “Temos uma compressão do Orçamento. É insuficiente. Por isso nossa aposta é a transferência para a iniciativa privada. A presença maciça do setor privado vai fazer a diferença”, afirmou Gomes de Freitas.
Até 2022, o ministério planeja leiloar 16 mil quilômetros de estradas federais, com investimento de R$ 140 bilhões. O processo inicia-se este ano, com o leilão, em 18 de setembro, de 437 quilômetros das BRs-364 e 365, entre Jataí (GO) e Uberlândia (MG), corredor de escoamento da produção agroindustrial de Goiás e de Minas Gerais. Será o primeiro leilão de rodovia da gestão Bolsonaro.
Nessa conta estão novos concessionários para a Via Dutra, que liga Rio de Janeiro e São Paulo, e para a BR-040, entre Rio de Janeiro e Juiz de Fora (MG), cujas concessões vencem em 2021. Tarcísio de Freitas disse que “a construção da Nova Subida da Serra de Petrópolis entrará como investimento obrigatório na BR-040, e a nova pista na Serra das Araras será obrigatória [na concessão] da Via Dutra”.
O governo também quer privatizar, até 2022, todos os principais aeroportos ainda sob gestão da Infraero.A previsão é leiloar, já em 2020, os aeroportos de Curitiba, Manaus e Goiânia. Para a última rodada ficariam Santos Dumont (RJ) e Congonhas (SP), os mais rentáveis. Espera-se que esses leilões fomentem R$ 10,27 bilhões em investimentos.