TSE decide não enviar observadores para eleições na Venezuela; cientista político comenta ação

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou, na última segunda-feira (3), que não enviará observadores brasileiros para as eleições presidenciais na Venezuela, marcadas para o dia 28 de julho. Embora o Ministério das Relações Exteriores (Palácio Itamaraty) não tenha recebido uma manifestação oficial do tribunal, diplomatas afirmaram que continuam monitorando o cenário no país vizinho e estão cientes da posição da Corte Eleitoral brasileira.

TSE não acompanhará as eleições na Venezuela, em julho – Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Normalmente, organismos internacionais designam os observadores, por meio de um acordo prévio entre as nações, para acompanhar as eleições de um país. Conforme defino pelo próprio TSE, a presença dessas missões tem como objetivo garantir a lisura do processo eleitoral.

Sendo assim, missões anteriores já fizeram denúncias sobre irregularidades nas eleições venezuelanas. Os observadores alegam que houve uso de recursos do Estado na campanha, disparidades no tempo de TV, bem como desqualificações de candidatos.

Analista avalia decisão sobre as eleições na Venezuela

Nícolas Maduro, deixa o Palácio do Itamaraty, após reunião de Presidentes dos países da América do Sul – Foto: Rafa Neddermeyer/ Agência Brasileira

Horácio Lessa Ramalho, cientista político e consultor em Relações Governamentais, comentou a decisão do TSE para O Brasilianista.

— É uma decisão muito importante, pois mostra um gesto de alguma parte do Brasil que não concorda e nem acredita que o que está acontecendo na Venezuela é, de fato, uma eleição — afirma

Para o cientista político, essa ação também deveria ser seguida pelo Congresso Nacional, pelo Ministério das Relações Exteriores e pela Presidência da República.

— É importante a decisão da Corte brasileira, porque ao comparecer estaria validando e concordando com o que está acontecendo no processo eleitoral do país.

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