O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começa na quinta-feira (22) a julgar a ação que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível.
O TSE reservou as datas de 27 e 29 para análise do processo, partindo do entendimento de que o julgamento pode se estender por mais de um dia.
Se a decisão do tribunal for pela inelegibilidade do ex-presidente, Bolsonaro pode ser impedido de participar de eleições até 2030.
A ação contra a chapa Bolsonaro-Braga Netto foi apresentada pelo PDT, que questionou a conduta de Bolsonaro em uma reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada, em julho do ano passado, quando o ex-presidente criticava o processo de votação pela urna eletrônica, sem identificar as falhas no sistema.
O julgamento do TSE deve levar em consideração todo o contexto ligado ao ex-presidente e não apenas a reunião na qual ele difundiu mentiras a embaixadores e motivou a ação. O próprio relator do processo, o corregedor-geral eleitoral Benedito Gonçalves, indicou em suas decisões que adotará esse tipo de entendimento e tem contado com respaldo da maioria dos colegas.
No sábado, em evento em Jundiaí (SP), o grupo político do presidente buscou agenda positiva, com o ex-presidente. Mas, a agenda acabou sendo negativa para Bolsonaro, por causa de mais uma fake News difundida por ele sobre vacina.
No mesmo evento, o próprio Bolsonaro disse que passa por um problema e que os “indicativos” para o julgamento “não são bons”. Bolsonaro espalhou informações falsas ao falar que as vacinas de RNA da Pfizer seriam compostas de dióxido de grafeno.
No domingo, ele usou uma rede social para explicar o que tinha dito. “Em relação a uma conversa no dia de ontem (sábado), na cidade de Jundiaí, sobre a existência de óxido de grafeno na vacina de tecnologia RNA, houve um equívoco da minha parte. Como sou entusiasta do potencial de emprego do óxido de grafeno, por isso inadvertidamente relacionei a substância com a vacina, fato desmentido em agosto de 2021. Lamento o falado peço desculpas”, disse.