O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) atualizou os dados sobre a taxa de sindicalização no Brasil na última sexta-feira (21), revelando uma queda no número de trabalhadores sindicalizados. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, em 2023, apenas 8,4 milhões de pessoas, ou 8,4% da população ocupada, estavam associados a sindicatos. Em comparação com o ano anterior, houve uma redução de 7,8% ou 713 mil pessoas.
No setor privado, a sindicalização de empregados com carteira assinada caiu de 11% em 2022 para 10,1% em 2023. No setor público, a taxa reduziu de 19,9% para 18,3%. Nesse sentido, os dados históricos da PNAD (2004-2013) e da PNAD Contínua (2012-2023) mostram uma tendência de diminuição da taxa de sindicalização desde o início da série históricas.
Apesar de pequenas variações ao longo dos anos, a queda se tornou mais acentuada a partir de 2016. Então, mesmo diante de tantas greves de organizações sindicais, qual a razão para tanta pouca adesão dos trabalhadores?
Sem imposto sindical, sem mobilização
Especialistas atribuem essa diminuição às mudanças introduzidas pela reforma trabalhista de 2017, além da crise econômica internacional. A reforma, aprovada durante o governo de Michel Temer, legalizou práticas que enfraqueceram a ação sindical. Entre elas, a que mais se destaca é o fim do imposto sindical, forçando organizações a se adaptarem a novas formas de financiamento.
Além disso, o índice de confiança social nos sindicatos também está abalado. Em 2018, as organizações sindicais apresentaram o menor índice da história. Assim, desde 2013, as graves tem mostrado um aumento de caráter defensivo, indicando que a luta dos sindicatos tem sido contra a perda de direitos já garantidos, ao invés da conquista de novos.