Reformas são trampolim para o PSDB

Marcelo Cardoso/Gp1

O PSDB saiu das urnas em 2018 menor do que era, mas continua a ter peso político no cenário nacional. A sigla caiu de cinco governos estaduais eleitos em 2014 para três. Em termos de parlamentares, sua bancada no Senado também reduziu, enquanto na Câmara a queda foi vertiginosa.

Mesmo reduzido em tamanho, o partido investe no atual momento reformista para se tornar uma opção eleitoral forte em 2022. Por isso vem conduzindo, estrategicamente, uma agenda liberal para o país e pautando discussões sobre questões estruturais.

Nos Executivos estaduais, o governo de São Paulo é a vitrine da chamada “renovação do partido”. O governador João Doria, virtual candidato à sucessão do presidente Jair Bolsonaro (PSL), tem se destacado como liderança na discussão de temas nacionais.

No Congresso, os tucanos têm mantido o discurso da necessidade de reformas no país. Na da Previdência, em que pesem a liderança do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e os votos do centrão, o PSDB tem tido o papel fundamental de mediar os interesses do governo e os dos demais envolvidos.

Com um perfil de centro-direita e experiente na condução de reformas, a legenda foi escalada para a relatoria da proposta nas duas Casas. A tarefa assumida visa garantir potência fiscal à Reforma da Previdência, com alguma flexibilidade aos atingidos.

Além dos relatores Samuel Moreira (SP), na Câmara, e Tasso Jereissati (CE), no Senado, os tucanos também estão representados pelo secretário especial da Previdência Social Rogério Marinho, principal (ou único) articulador governista da reforma.

Em relação à Reforma Tributária, o DNA do PSDB está presente na proposta que tramita no Senado. O texto tem como base um projeto do ex-deputado Luiz Carlos Hauly (PR) que será relatado pelo líder da bancada, senador Roberto Rocha (MA).

Ainda no campo das reformas constitucionais, a legenda deve retomar bandeiras históricas de reforma política, como a adoção do voto distrital e o parlamentarismo como sistema de governo. O senador José Serra (SP) deve ser o mentor dessa empreitada.

Na área administrativa, o governo deve patrocinar uma reformulação do setor público, oportunidade que o PSDB aproveitará para emplacar suas premissas para a reestruturação do Estado: enxugamento do quadro funcional e adoção da meritocracia.

Como dito inicialmente, a busca por protagonismo tem objetivo claro: caso as reformas avancem, o PSDB avocará o discurso da transformação do país para voltar a ser uma opção de governo.

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