Quem é Arthur Lira, candidato a presidente da Câmara dos Deputados

Deputado Arthur Lira. Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados

Primeiro candidato à presidência da Câmara dos Deputados a se lançar oficialmente à disputa, o líder do Progressistas, Arthur Lira (AL), tem passado as últimas semanas tentando desvincular sua imagem à do presidente Jair Bolsonaro, o maior interessado na ascensão do deputado à presidência da casa.

É verdade que o alinhamento de Lira a Bolsonaro não foi sempre automático. Em 2019, Arthur Lira foi o segundo deputado do grupo com menor adesão às pautas do governo federal – somente 39% dos votos eram alinhados a Bolsonaro. Contudo, ao conquistar a posição de destaque, a partir de fevereiro, o deputado assumiu o protagonismo na articulação do governo, defendendo firmemente as pautas de Bolsonaro na Câmara.

Lira é empresário, agropecuarista e bacharel em Direito. O deputado articula sua candidatura pelo menos desde o começo de 2019, quando planejava disputar pelo cargo, mas abriu mão em acordo com Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente. Ele tentava articular bloco com a esquerda – conseguiu o apoio do PT. Contudo, sem os outros partidos de oposição, desistiu por avaliar que não teria força.

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Trajetória política

Lira foi lançado à vida política por seu pai, o ex-senador Benedito de Lira (PP-AL), eleito em 2020 como prefeito de Barra de São Miguel.

Arthur Lira já teve passagens pelo PFL (atual DEM), PSDB, PTB e PMN. Se filiou ao PP em 2009, partido em que segue desde então. Começou a vida política como vereador em Maceió (AL). Em seguida, foi deputado estadual por três mandatos. Atualmente está em seu terceiro mandato como deputado federal.

Polêmicas

Assim como seu companheiro de partido e rival na corrida pela presidência da Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PB), Lira também é réu no STF por conta da Operação Lava Jato. A denúncia, aceita em 2019, é de que os parlamentares teriam relação com indicados políticos que se valeram do cargo para desviar recursos da Petrobras para deputados do PP.

Em outro processo em que é réu no Supremo, Lira é acusado de receber propina de Francisco Colombo, então presidente da Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU).

Recentemente, voltou à tona um caso em que Lira é acusado de liderar um esquema de “rachadinha” quando foi primeiro-secretário na Assembleia Legislativa de Alagoas. De acordo com o processo, o grupo que Lira fazia parte teria desviado R$ 254 milhões.

O deputado nega todas as acusações.

Principais defesas e opiniões

>> Defende o teto de gastos. Arthur Lira vem reforçando em seus discursos que acredita que o teto de gastos deve ser respeitado e pode funcionar como incentivo às reformas. “Já que foi criado, nós temos que respeitá-lo e nos moldarmos a essa realidade”, disse em entrevista ao Poder 360.

>> Apoia nova CPMF. Arthur Lira tem se mostrado favorável à criação de um imposto sobre transações eletrônicas. Articulador das medidas do governo na Câmara, ele sustenta a proposta, ainda que defenda uma alíquota menor. “Se falamos de criar um imposto que não seja só virtual, mas também sobre operações financeiras de 0,2%, 0,1%, especialmente para esse fim social, quem iria ficar contra?”, declarou ao jornal Valor Econômico.

>> Relação com o governo. Apesar de ter ao seu lado a articulação e o apoio do presidente Jair Bolsonaro e de Paulo Guedes, Lira vem tentando se desvincular da imagem de “candidato do Bolsonaro”. “Não serei líder de governo algum sendo presidente da Câmara”, disse em entrevista ao site Poder 360.

>> Vacina. Arthur Lira vem defendendo que a discussão contra a vacina contra a covid-19 não deve ser politizada e que o governo não faça distinção na hora de adquirir os imunizantes.

>> Pautas conservadoras. Em entrevistas, Lira tem adotado uma postura cautelosa ao falar sobre pautas consideradas conservadoras, muito defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro. Para discussões sobre aborto e facilitação do porte de armas, em vez de cravar sua opinião, tem defendido que o discurso ainda precisa ser amadurecido antes de ser colocado para votação na Câmara. Sobre o Escola sem partido, diz que não vê necessidade de uma lei, mas defende que a escola não deveria servir para incutir valores nos alunos

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