O presidente Jair Bolsonaro tem adotado uma postura que desafia as orientações de isolamento social apresentada pela área técnica do Ministério da Saúde e também pela Organização Mundial da Saúde. As atitudes do presidente tem causado desconforto em várias áreas do governo.
Bolsonaro estava alinhado com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que pretendia reabrir o comércio do país até a Páscoa. No entanto, Trump anunciou no domingo (29) que irá prorrogar a quarentena até o dia 30 de abril. A mudança na postura do presidente americano enfraquece o posicionamento do mandatário brasileiro.
No mesmo dia, Bolsonaro passeou por várias Regiões Administrativas do Distrito Federal, o que foi visto com preocupação por ter gerado aglomerações por onde passou. O Twitter deletou duas publicações da conta de Bolsonaro durante o passeio pelo comércio do DF. A rede social atualizou as regras durante a pandemia para excluir publicações que neguem recomendações de autoridades de saúde locais ou globais, negação de fatos científicos, fake news sobre o coronavírus e outros.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em entrevista coletiva nesta segunda-feira (30), orientou a população a seguir as recomendações dadas pelos estados e defendeu “o máximo grau de isolamento social”. Quando questionado sobre a possibilidade de demissão pelas divergências com o presidente, o ministro Braga Netto, da Casa Civil, respondeu que “está fora de cogitação no momento”.