A pesquisa CNT/MDA divulgada na semana passada mostra que a popularidade do presidente da República, Jair Bolsonaro, está na média dos índices positivos registrados por governadores e prefeitos, além de estar bastante acima do prestígio do Congresso Nacional e do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
POLÍTICOS/
INSTITUIÇÕES |
ÓTIMO / BOM (%) | REGULAR (%) | RUIM / PÉSSIMO (%) |
Jair Bolsonaro | 34,5 | 32,1 | 31 |
Governadores | 30,5 | 35,7 | 27 |
Prefeitos | 34,4 | 28,3 | 33,4 |
Congresso | 9,9 | 36,9 | 41,2 |
Rodrigo Maia | 11,3 | 28,2 | 33,6 |
*Fonte: CNT/MDA (15 a 18/01)
A comparação das avaliações regular e ruim/péssima de Bolsonaro com as dos políticos e instituições analisados também guarda semelhança, embora a imagem do Congresso seja a mais mal avaliada.
A importante atuação de Rodrigo Maia e do Congresso para a aprovação da agenda de reformas econômicas ainda não se traduz numa imagem positiva para o Poder Legislativo. E, apesar da postura de independência do Congresso, pesa contra o Legislativo uma imagem negativa junto à opinião pública, além de o conteúdo da agenda de reformas ser impopular.
Quanto à popularidade de Bolsonaro, governadores e prefeitos, nota-se que a estatística se insere dentro do padrão de divisão da opinião pública em três terços: um terço de aprovação; um terço de rejeição; e um terço de “em cima de muro”.
As dificuldades financeiras dos governos nas mais diferentes esferas contribuem para que a popularidade do presidente, dos governadores e dos prefeitos não seja mais elevada. Não por acaso temas como saúde e educação são as áreas mais mal avaliadas e que devem ser priorizadas pelos administradores públicos.
No caso de Bolsonaro, contribui também a estratégia de apostar na lógica da polarização permanente. Assim, diferentemente de governos anteriores, o atual presidente não visa caminhar para o centro, e sim construir uma maioria mínima na polarização.
Outro dado interessante é que, comparando a popularidade de Bolsonaro após um ano de seu primeiro mandato ao registrado por FHC (PSDB) e Lula (PT) no mesmo período, constata-se que o índice é similar (ver tabela abaixo).
GOVERNO/ANO | ÓTIMO/BOM (%) | REGULAR (%) | RUIM/PÉSSIMO (%) |
FHC (1996) | 32,0 | 43,0 | 23,0 |
LULA (2004) | 39,9 | 40,6 | 15,1 |
DILMA (2011) | 49,2 | 37,1 | 9,3 |
BOLSONARO (2020) | 34,5 | 32,1 | 31,0 |
*Fonte: CNT/MDA
O índice positivo de Bolsonaro é inferior ao do primeiro ano do primeiro mandato de Dilma Rousseff (PT). Porém, naquela oportunidade, o cenário econômico herdado dos dois governos de Lula impactava positivamente a imagem da sua então sucessora.
Ao contrário de muitas leituras sobre a popularidade de Bolsonaro, sua avaliação positiva está hoje dentro da média da auferida entre governadores e prefeitos, bem como da maioria dos presidentes anteriores eleitos após 1995 em seu primeiro ano de mandato.