Papel das árvores na formação de nuvens

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Cientistas do Conselho Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN), na Suíça, fizeram uma descoberta inovadora sobre o papel das árvores na formação de nuvens, potencialmente revolucionando os modelos climáticos, como relatado pelo jornalista científico Max Levy. A cientista atmosférica Lubna Dada e sua equipe internacional têm conduzido experimentos em uma câmara especializada para entender melhor o impacto das emissões naturais nos aerossóis que afetam o clima. As nuvens são uma grande fonte de incerteza nas previsões climáticas, com seus efeitos na reflexão ou aprisionamento de calor variando de acordo com a localização. O estudo visa compreender como as atividades humanas alteraram a formação de nuvens em comparação com os tempos pré-industriais.

Em um primeiro momento, a formação de nuvens depende da presença de partículas de aerossol, que podem vir de várias fontes, incluindo emissões naturais e a poluição humana. A equipe de Lubna focou em uma classe frequentemente negligenciada de voláteis naturais chamados sesquiterpenos, que são emitidos por árvores. Sua pesquisa, publicada na Science Advances, revela que os sesquiterpenos desempenham um papel mais significativo na semeadura de nuvens do que se pensava anteriormente, dobrando a formação de nuvens com apenas uma pequena proporção de sesquiterpenos em relação a outros voláteis.

Essa descoberta tem implicações significativas para os modelos climáticos, especialmente em regiões onde as emissões humanas podem ser reduzidas. Em áreas menos poluídas, árvores e plantas podem se tornar os principais impulsionadores da formação de nuvens, assemelhando-se às condições atmosféricas pré-industriais.

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A importância do estudo reside em seu potencial para aprofundar nossa compreensão da atmosfera antes da industrialização, possivelmente levando a ajustes nos modelos climáticos. Isso desafia as suposições sobre as populações de aerossóis e seu impacto na reflectividade e a duração das nuvens, sugerindo que os aerossóis naturais das árvores podem ter tido um papel histórico mais substancial do que se estimava anteriormente.

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A pesquisa também levanta questões sobre a complexa interação entre clima, vegetação e atividades humanas. Os modelos climáticos precisam incorporar esses detalhes complexos, o que pode ser computacionalmente exigente. A equipe de Lubna planeja explorar como as emissões humanas, como o dióxido de enxofre, interagem com aerossóis naturais, aprimorando ainda mais nossa compreensão da formação de nuvens em diferentes ambientes. Nesse contexto, a pesquisa pode revelar descobertas valiosas para os esforços de mitigação climática e a complexa relação entre nuvens e clima.

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