Novo bloco com PSL, PTB e Pros tira 20 deputados do centrão e mira na eleição do presidente da Câmara

Plenário da Câmara dos Deputados. Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Depois da saída do DEM e do MDB do centrão em julho, mais dois partidos decidiram deixar o grupo. Em busca de maior independência, PTB e Pros se uniram ao PSL para formar mais um bloco de apoio ao presidente Jair Bolsonaro, mas sem vinculação ao centrão. Ao todo, são 20 deputados, que deixam de estar vinculados ao grupo de Arthur Lira (PP-AL), que agora tem com 135 membros.

Já o novo grupo governista tem ao todo 73 deputados, apesar de que somente 61 deles estarem ativos, já que 12 integrantes do PSL estão suspensos das funções partidárias em função do racha interno entre os aliados do comandante da legenda Luciano Bivar (PSL-PE) e o presidente Jair Bolsonaro.

Ainda não houve designação oficial do líder do bloco. Mas Bivar informou à Arko Advice que o nome a ser indicado é o do atual líder do PSL, deputado Felipe Francischini (PR).

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O movimento evidencia o racha interno na ala governista da Câmara em dois assuntos: 1- a eleição da mesa diretora, que deve ocorrer em fevereiro de 2021; e 2- a escolha de um presidente para a Comissão Mista de Orçamento (CMO).

“A criação de qualquer bloco parlamentar tem como objetivo inicial a ocupação de espaços de poder na estrutura da casa, porque você junta o quantitativo dos partidos e forma um número expressivo que lhe força na escolha dos ocupantes de alguns postos de comando, seja nas comissões ou na mesa diretora”, explica o analista político da Arko Advice, Marcos Queiroz.

O presidente do PSL, deputado Luciano Bivar, em declarações à imprensa já havia externalizado o interesse lançar um candidato à presidência da Câmara. “A ideia é que seja uma mesa despida de ideologia, não atrelada ao governo nem à oposição”, disse ao Poder 360.

Bivar também já anunciou que o grupo irá apoiar Elmar Nascimento (DEM/BA) para a presidência da CMO neste ano. A sessão para que a presidência da comissão fosse instalada estava prevista para o dia 6 de outubro mas acabou cancelada porque o grupo de Arthur Lira lançou a candidatura de Flávia Arruda (PL/DF), desagradando parlamentares do Democratas – partido do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia e do Senado, Davi Alcolumbre (AP).

Rebalanceamento

“Como se trata de um grupo bastante governista, mesmo tendo o PSL tendo um racha interno, eu vejo que a criação desse grupo propicia uma comunicação mais direta com o Palácio do Planalto, sem ficar a reboque de grupos governistas mais fortes, como o Centrão”, avalia Marcos Queiroz, da Arko.

“Com toda certeza você cria uma nova força. É um agrupamento partidário poderoso que tem sim interferência na escolha da presidência na Câmara. Ainda não está muito claro qual grupo que vai se beneficiar da formação desse novo bloco. Em um primeiro momento podemos dizer que o grupo de Arthur Lira perde força, já que esse bloco sai da sombra do centrão. Mas ainda há muita negociação a ser feita para definir se esse bloco vai apoiar uma candidatura vinculada ao atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ou se vai ele mesmo indicar um candidato”, avalia.

  • Partidos que ainda fazem parte do Centrão de Arthur Lira: PL, PP, PSD, SOLIDARIEDADE e AVANTE.
  • Tamanho da bancada: 135 deputados

Com informações da Arko Advice

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