Nova Lei Cambial vai aquecer comércio exterior, afirma relator

Dep. Otto Alencar Filho (PSD - BA). Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Entre os temas que constam na pauta de votação da Câmara dos Deputados desta terça-feira (9) está a análise dos destaques apresentados ao Marco Legal do Mercado de Câmbio (PL 5.387/19). O projeto começou a ser votado em dezembro, mas os partidos fecharam um acordo para que a votação dos destaques ficasse para 2021.

De acordo com o relator do texto, deputado Otto Alencar Filho (PSD-BA), a votação deve ser finalizada nesta terça-feira. “Há um empenho muito grande para que esse novo Marco Legal passe a vigorar logo e contribua com a retomada econômica que tanto almejamos”, avaliou, em entrevista à Arko Advice.

O projeto permite, por exemplo, que bancos usem no exterior o dinheiro captado no Brasil, seja em investimentos, financiamentos ou empréstimos. Além disso, o texto vai autorizar que brasileiros tenham contas bancárias em moeda estrangeira e que contas em Real sejam mantidas no exterior, ponto que causou divergência com os partidos da oposição.

Conheça os pontos que ainda serão votados na Câmara dos Deputados, clicando AQUI.

Com a tramitação na Câmara chegando ao fim, a matéria será remetida ao Senado, que ainda precisa analisar o texto.

“A atualização jurídica é urgente e fundamental. Precisamos de uma lei enxuta, clara e resolutiva. Não podemos regular o mercado cambial de hoje com referências obsoletas, desse modo impedimos o avanço do setor”, defende o relator.

Confira a entrevista completa:


Qual a importância desse projeto, como um todo?

A grande tônica da proposta é desburocratizar e tornar mais acessível o mercado de câmbio. A legislação que regula o mercado cambial hoje é ultrapassada e distante da realidade. Existem mais de 40 dispositivos legais, editados desde 1920, que apresentam comandos dispersos regulando esse mercado dinâmico.

A atualização jurídica é urgente e fundamental. Precisamos de uma lei enxuta, clara e resolutiva. Não podemos regular o mercado cambial de hoje com referências obsoletas, desse modo impedimos o avanço do setor. Por isso fizemos a revisão de toda essa legislação fragmentada e complexa e a consolidamos numa lei única.

Com a modernização, vamos possibilitar o avanço econômico, vamos tornar o mercado cambial mais democrático e eficiente. Não só o pequeno empresário terá espaço e vez, mas o mercado também será aberto ao pequeno empreendedor.

O novo Marco Legal do Mercado de Câmbio será capaz de beneficiar o comércio exterior, as atividades de exportação e importação, bem como bancos, instituições financeiras, corretoras de valores, fintechs, hotéis, empresas de turismo e gastronomia, entre outros, e gerar muitos empregos e renda.

A possível retirada dos dispositivos destacados pela oposição pode prejudicar o projeto? Como?

Acredito que faremos valer o diálogo e o bom senso. Não tenho dúvida que entregaremos à sociedade uma legislação clara e capaz de regular o mercado de câmbio de maneira assertiva, levando em consideração os avanços tecnológicos, a realidade que a gente vive hoje. É necessário abrir o mercado de câmbio, facilitar as operações, visando atrair mais investidores e promover o desenvolvimento socioeconômico do nosso Brasil.

Qual a perspectiva de votação? Já há consenso?

A votação está prevista para esta terça-feira (9) e tudo indica que não será adiada. Essa pauta é muito importante e necessária para o crescimento do nosso país. Há um empenho muito grande para que esse novo Marco Legal passe a vigorar logo e contribua com a retomada econômica que tanto almejamos.

Em dezembro do ano passado aprovamos o texto-base e nesta terça serão apreciados os destaques. Quando aprovamos o texto-base ficou acordado que a votação dos destaques seria logo no início do ano legislativo. Creio que nesta terça-feira (09) venceremos essa pauta e a matéria será encaminhada para apreciação no Senado.

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