No BRICS, Bolsonaro diz que vai expor países que compram madeira ilegal da Amazônia

Presidente da República Jair Bolsonaro, durante reunião da XII Cúpula de Líderes do BRICS (videoconferência). Foto: Marcos Corrêa/PR

Em discurso na cúpula do BRICS, bloco internacional que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que vai divulgar o nome dos países que mais compram madeira brasileira extraída ilegalmente.

“Estaremos mostrando que esses países, que muito nos criticam, também tem responsabilidade nessa questão”, disse o presidente.

O anúncio é uma reação à críticas à política ambiental adotada pelo governo brasileiro. O tema tem sido recorrente desde o início do mandato de Bolsonaro, gerando atritos internacionais.

Durante sua campanha, o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, defendeu maior rigor contra o desmatamento na região amazônica. “E se vocês não pararem [de destruir a floresta], sofrerão significativas consequências econômicas”, disse durante debate em setembro.

A política ambiental também gerou atrito com os governos Alemão e Norueguês, que bloquearam os repasses que eram feitos desde 2008 ao Fundo Amazônia. A crise teve início quando o governo desfez o Comitê Orientador do Fundo Amazônia, que define a destinação do dinheiro. Para os países financiadores, a decisão não deveria ter sido tomada sem consultá-los.

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Na ocasião, Bolsonaro declarou que a chanceler alemã, Ângela Merkel, deveria aplicar o dinheiro bloqueado no reflorestamento do próprio país. Para o presidente Brasileiro, países europeus não tem direito de criticar o Brasil já que teriam, na visão dele, destruído as próprias florestas.

Em dez anos, o fundo aplicou R$ 1,860 bilhão em projetos voltados à conservação ambiental, com a aprovação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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