Milei vira referência ao bolsonarismo – Análise

Foto: divulgação/AFP

A vitória do candidato da aliança La Libertad Avanza, Javier Milei, na eleição presidencial argentina no último dia 19, gerou uma onda de otimismo no bolsonarismo. Do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aos militantes bolsonaristas, a derrota da esquerda na Argentina foi muito celebrada no Brasil. Mais do que isso, os sinais emitidos são de que o governo Javier Milei servirá de contraponto ao governo Lula (PT).

Javier Milei Foto: Stringer/Reuters

Além de confirmar presença na posse de Milei no dia 10 de dezembro, o ex-presidente levará importantes aliados políticos com ele a Buenos Aires: os governadores Jorginho Mello (PL-SC); Ronaldo Caiado (União Brasil-GO); Ratinho Júnior (PSD-PR); e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP). Também integrarão a comitiva o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o ex-ministro do Turismo Gilson Machado.

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Como a Argentina vive uma grave crise econômica, registrando uma inflação anual que gira em torno de 140%, além de 40% da população estar vivendo na pobreza, a prioridade do governo Javier Milei será a pauta econômica. E é justamente a economia do futuro governo Milei que mais interessa ao bolsonarismo.

Ex-presidente Bolsonaro – Foto: reprodução YouTube/Jair Bolsonaro

Milei anunciou que reduzirá o tamanho do Estado, privatizando meios de comunicação como a TV Pública, a Télam e a Rádio Nacional. Outra privatização anunciada pelo presidente eleito foi a YPF, estatal de petróleo e gás argentina. Ele também confirmou que deseja fechar o Banco Central (BC). Já a dolarização da economia, anunciada por Milei em campanha, ainda é uma incógnita.

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Se, por um lado, o fechamento do Banco Central e a dolarização da economia não são temas que gerem unidade no bolsonarismo, por outro, as privatizações são uma bandeira dos bolsonaristas. Aliás, a venda de estatais era um objetivo permanente do então ministro da Economia no governo Bolsonaro, Paulo Guedes.

Javier Milei possui grande afinidade política com Bolsonaro. Não por acaso, após sua vitória, ele falou, de imediato, com Bolsonaro. Essa proximidade será utilizada pela direita brasileira, que deve fazer da Argentina uma referência de contraponto ao governo Lula, em especial na área econômica.

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