O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que uma nova candidatura do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026 é consenso na base do Partido dos Trabalhadores (PT). Em entrevista ao jornal O Globo, Haddad comentou o clima na sigla em relação à sua atuação à frente da pasta.
— Acredito que existe consenso dentro do PT e da base aliada sobre a candidatura do presidente Lula em 2026. Na minha opinião, é uma coisa que está bem pacificada. Não se discute.
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O presidente Lula é a principal liderança do partido há décadas. Após a candidatura de 2018 e protagonismo na política econômica neste ano, Haddad é um possível sucessor do líder sindical.
— Ao mesmo tempo que é um trunfo ter uma figura política dessa estatura por 50 anos à disposição do PT, também é um desafio muito grande pensar o day after.
Haddad esclareceu que sua candidatura em 2018 ocorreu sob circunstâncias particulares, quando Lula estava preso e impedido de participar das eleições.
Segundo o ministro, ele tentou sensibilizar outros atores políticos como Ciro Gomes (PDT) e Jacques Wagner (PT) para ocuparem a vice-presidência então, mas ele foi o encarregado de participar do pleito em 2018.
PT critica Haddad e elogia Lula
O prestígio que Lula tem por Haddad não é compatilhado pela base do partido. Em convenção nacional neste ano, o PT aprovou um documento que classifica a política econômica do ministro como ‘austericídio’, termo utilizado para caracterizar cortes de gastos que impedem políticas públicas essenciais.
O movimento de oposição foi liderado principalmente pela presidente do partido, Gleisi Hoffmann (PT-PR). Para Haddad, há uma contradição entre as críticas e a celebração de indicadores econômicos por parte de seus colegas.
— Olha, é curioso ver os cards que estão sendo divulgados pelos meus críticos sobre a economia, agora por ocasião do Natal. O meu nome não aparece. O que aparece é assim: “A inflação caiu, o emprego subiu. Viva Lula!” E o Haddad é um austericida.
Entre os índices citados, há a superação das expectativas do Produto Interno Bruto, queda dos preços de alimentos, volta do Brasil à nona posição no ranking de maiores economias mundiais, redução da classificação de risco de investimento e outros.
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— Não dá para celebrar Bolsa, juros, câmbio, emprego, risco-país, PIB que passou o Canadá, essas coisas todas, e simultaneamente ter a resolução que fala “está tudo errado, tem que mudar tudo”.