Lula critica criminalização da política em posse de Gonet na PGR

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em cerimônia de posse do novo chefe da Procuradoria-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, nesta segunda-feira (18), o presidente Lula pediu ao Ministério Público (MP) mais responsabilidade em suas investigações. Segundo Lula, “não pode achar que todo político é corrupto”.

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A fala do atual presidente da República remete aos inquéritos que o próprio Lula teve que enfrentar entre 2016 e 2020, fora da presidência. No período, Lula foi alvo de denúncias do MP, no âmbito da operação Lava Jato, e chegou a ser preso. No entanto, o petista conseguiu a anulação das sentenças em 2021.

Na época, o Partido dos Trabalhadores fez duras críticas à gestão do então procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A avaliação é de que a atuação do MP sob seu comando influenciou a opnião pública contra a classe política.

— Houve um momento em que aqui neste país as denúncias das manchetes de jornais falaram mais alto do que os autos dos processos. Muitas vezes. E, quando isso acontece, se negando a política, o que vem depois é sempre pior do que a política. Não existe a possibilidade de o MP achar que todo político é corrupto — afirmou Lula durante a posse.

Paulo Gonet suscede Augusto Aras na PGR. Durante o governo de Jair Bolsonaro, o órgão sofreu críticas por não dar sequência às denúncias conta o então presidente da República. Em seu discurso, Lula garantiu que não irá pressionar Gonet para tomar decisões favoráveis a si.

Novo procurador-geral da República, Paulo Gonet, em sua posse. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

— Da minha parte, eu quero te dizer publicamente: nunca lhe pedirei um favor pessoal, nunca exercerei sobre o Ministério Público qualquer pressão pessoal para que alguma coisa não seja investigada — afirmou Lula.

Discurso de Gonet na PGR

Em seu discurso, Paulo Gonet reforçou o papel do MP na manutenção da democracia no país. Segundo o novo PGR, o órgão deve evitar causar “cacofonia institucional”.

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— Temos um passado a resgatar, um presente a nos dedicar e um futuro a preparar. O Ministério Público vive um momento crucial na cronologia da nossa República democrática. O instante é de reviver na instituição os altos valores constitucionais que inspiraram a sua concepção única na história e no direito comparado — afirmou Gonet.

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