Lula critica lideranças sindicais por greve na educação 

Em evento com reitores de universidades e institutos federais, nesta segunda-feira (10), o presidente Lula criticou a duração da greve na educação por reajuste salarial e mudanças no plano de carreira. 

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e o Ministro da Educação, Camilo Santana. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Ao lado do ministro da Educação, Camilo Santana (PT), e de outras pastas, Lula pediu aos servidores que se atentem às propostas do governo federal.  Apesar do presidente negar o prejuízo ao governo com as paralisações, greves geram desgaste político.  

— Vocês já tem noção do que foi oferecido, vocês conhecem o que foi oferecido? Porque no Brasil tá cheio de dirigente sindical que é corajoso para decretar uma greve, mas não tem coragem de acabar com a greve. Eu fui dirigente sindical, eu sei como funcionam as coisas.

Durante a cerimônia, o governo federal anunciou R$400 milhões para custeio das universidades e institutos federais. Assim, o governo continua a recomposição no orçamento após corte no ano passado. Além disso, anunciou outros R$5,5 bilhões para consolidação da infraestrutura, construção de campis e hospitais universitários, no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). 

MEC não vê necessidade de greve na educação

O ministro Camilo Santana também mostrou a insatisfação do governo federal com as demandas dos servidores da educação. Segundo o ministro, o impacto do reajuste salarial no orçamento da pasta pode ser de R$20 bilhões até 2026. 

— Eu acredito que greve é o limite onde não há mais condições de negociação. Então eu não via anteriormente ao início da greve a necessidade, porque este é um governo que, depois de seis anos sem reajuste salarial, deu um reajuste de 9% em seu primeiro ano de governo — afirmou Camilo Santana. — Este é um governo que reabriu todas as mesas de negociação com todas as categorias de servidores públicos deste país. 

Ministro da Educação, Camilo Santana, durante reunião com reitores de Universidades e Institutos Federais. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Assim, Camilo Santana pediu atenção ao aumento de custo somente com pessoal. Além disso, afirmou que o governo “não pode recompor todo o processo de anos de defasagem salarial em um curto espaço de tempo”.

Reajuste aos professores

Os servidores da educação estão em paralisação desde abril deste ano. Em maio, o governo federal propôs reajuste em duas parcelas: janeiro de 2025 (9%) e maio de 2026 (3,5%). Além disso, a proposta prevê reestruturação na progressão entre os diferentes níveis da carreira. No entanto, entidades sindicais afirmaram que os servidores rejeitaram a proposta em assembleias. 

Pela ótica fiscal, o chefe do Ministério da Educação afirma que a proposta feita aos professores, junto ao reajuste de 9% de 2023, representa aumento em torno de 28,2% para os professores, sendo 43% para o estágio inicial da carreira. Em relação aos demais servidores, como técnicos administrativos, há uma reunião amanhã entre governo e entidades representativas.

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