Em evento com reitores de universidades e institutos federais, nesta segunda-feira (10), o presidente Lula criticou a duração da greve na educação por reajuste salarial e mudanças no plano de carreira.
Ao lado do ministro da Educação, Camilo Santana (PT), e de outras pastas, Lula pediu aos servidores que se atentem às propostas do governo federal. Apesar do presidente negar o prejuízo ao governo com as paralisações, greves geram desgaste político.
— Vocês já tem noção do que foi oferecido, vocês conhecem o que foi oferecido? Porque no Brasil tá cheio de dirigente sindical que é corajoso para decretar uma greve, mas não tem coragem de acabar com a greve. Eu fui dirigente sindical, eu sei como funcionam as coisas.
Durante a cerimônia, o governo federal anunciou R$400 milhões para custeio das universidades e institutos federais. Assim, o governo continua a recomposição no orçamento após corte no ano passado. Além disso, anunciou outros R$5,5 bilhões para consolidação da infraestrutura, construção de campis e hospitais universitários, no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
MEC não vê necessidade de greve na educação
O ministro Camilo Santana também mostrou a insatisfação do governo federal com as demandas dos servidores da educação. Segundo o ministro, o impacto do reajuste salarial no orçamento da pasta pode ser de R$20 bilhões até 2026.
— Eu acredito que greve é o limite onde não há mais condições de negociação. Então eu não via anteriormente ao início da greve a necessidade, porque este é um governo que, depois de seis anos sem reajuste salarial, deu um reajuste de 9% em seu primeiro ano de governo — afirmou Camilo Santana. — Este é um governo que reabriu todas as mesas de negociação com todas as categorias de servidores públicos deste país.
Assim, Camilo Santana pediu atenção ao aumento de custo somente com pessoal. Além disso, afirmou que o governo “não pode recompor todo o processo de anos de defasagem salarial em um curto espaço de tempo”.
Reajuste aos professores
Os servidores da educação estão em paralisação desde abril deste ano. Em maio, o governo federal propôs reajuste em duas parcelas: janeiro de 2025 (9%) e maio de 2026 (3,5%). Além disso, a proposta prevê reestruturação na progressão entre os diferentes níveis da carreira. No entanto, entidades sindicais afirmaram que os servidores rejeitaram a proposta em assembleias.
Pela ótica fiscal, o chefe do Ministério da Educação afirma que a proposta feita aos professores, junto ao reajuste de 9% de 2023, representa aumento em torno de 28,2% para os professores, sendo 43% para o estágio inicial da carreira. Em relação aos demais servidores, como técnicos administrativos, há uma reunião amanhã entre governo e entidades representativas.