Lobby e Relações Governamentais: parecidos, mas não iguais! Entenda

Foto: Divulgação/EBC

Representar o povo, participar das atividades políticas do país e propor mudanças legislativas e/ou regulatórias são algumas das funções de deputados e senadores, entre outros diversos cargos políticos que conhecemos.

O que muitas pessoas não sabem é que existem profissionais que “não são políticos”, mas que também desempenham um papel importante na política e no governo: os profissionais que atuam com Lobby e Relações Governamentais.

Estes profissionais influenciam na política defendendo interesses de sua organização ou cliente. Estabelecem comunicação com legisladores e outros tomadores de decisão, negociando com diversos stakeholders em reuniões, apresentações ou eventos governamentais. Porém, apesar de parecidas, Lobby e Relações Governamentais são atividades distintas:

‍Lobby

A palavra lobby, que tem origem na língua inglesa, significa salão de entrada, hall ou corredor – mas o que isso tem a ver com política?

Segundo alguns estudiosos, o termo começou a ser usado devido ao fato das articulações e “pressões” ocorrerem em lobbies de hotéis e nos corredores de prédios governamentais. Por esse motivo, as pessoas que trabalham nessa área são chamados de lobistas.

Os lobistas trabalham para defender os interesses de seus clientes, apresentando argumentos, dados e informações que apoiem as posições desejadas. Seu principal objetivo é influenciar as políticas públicas, regulamentações e legislações de forma a promover os interesses de seu empregador ou cliente.

Em países como os Estados Unidos, por exemplo, o lobby é uma atividade legal e regulamentada, o que não é o caso do Brasil, onde a profissão costuma ser associada à uma prática negativa.

Por que o lobby não é bem visto no Brasil?

Além de não ser uma atividade regulamentada, a prática de lobby não costuma ser bem vista no Brasil principalmente porque muitas vezes é associada à corrupção, pois algumas organizações ou grupos fazem doações para campanhas políticas, troca de favores, ou outras atividades ilegais como parte de suas estratégias de lobby.

‍Relações Governamentais

Um profissional de relações governamentais, também conhecido como RIG, atua como um analista de políticas públicas, desempenhando um papel fundamental na interação entre organizações, empresas ou grupos de interesse e o governo.

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O RIG acompanha as atividades governamentais, como propostas legislativas e mudanças que possam afetar seus interesses. Analisa as políticas públicas em discussão e avalia o possível impacto sobre seus clientes, fornece orientações com base em sua análise, e auxilia na tomada de decisões estratégicas.

Além de manter-se informado sobre o que está acontecendo, é fundamental para o RIG estabelecer e manter relacionamentos com legisladores, funcionários do governo e outros influenciadores. Saiba mais neste post: #ProfissãoRIG: 3 características essenciais do profissional de RIG

‍Importante saber!

Ambas as profissões são exercidas no Brasil há décadas, mas não há um marco legal ou legislação específica sobre elas. Cerca de 30 projetos foram apresentados ao Congresso Nacional ao longo dos anos para promover a regulamentação das atividades. O PL 1202/2007 é o projeto mais recente em tramitação, e aguarda a apreciação do Senado desde dezembro de 2022: o objetivo é assegurar mais transparência e equidade na relação e no exercício de influência legítima entre estes profissionais e as autoridades dos poderes públicos.

Por Layane Monteiro, Analista Política e Criadora de Conteúdo da Nomos.

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