O deputado Arthur Lira (PP-AL), que trabalha há bastante tempo de olho na sucessão do presidente da Câmara, deu passos importantes e conseguiu largar na frente. Rodrigo Maia (DEM-RJ), que esperou até o último momento pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), teve postura mais cautelosa. Apesar de seu grupo reunir um apoio numérico próximo ao de Lira, Maia está dividido. E essa divisão pode acabar favorecendo Lira.
Arthur Lira (PP) | Grupo de Rodrigo Maia | Em disputa | |
Total de votos | 171 | 159 | 183 |
Partidos | PP, PL, PSD, SD, Avante, Patriota, PROS, PSC, PTB | DEM, PSL, MDB, PSDB, Cidadania, PV | Republicanos, PT, PSDB, PDT, Pode, PSOL, PCdoB, Novo, Rede |
Se Rodrigo Maia conseguir unificar seu grupo em torno de um candidato, ele poderá reverter a vantagem que hoje é de Lira, candidato governista.
Entre os 183 votos em disputa, majoritariamente de esquerda, Maia tem condições de atrair boa parte deles. Mas não será um movimento fácil.
O diretório nacional do PSB, por exemplo, cuja bancada tem 31 deputados, não recomendou o voto a Arthur Lira. Entretanto, alguns deputados da bancada minimizaram a decisão e disseram que houve apenas uma recomendação, não um fechamento de questão.
Maia, portanto, tem dois desafios relevantes. O primeiro é unificar seu grupo, que tem fortes candidatos: Aguinaldo Ribeiro (PP-PB); Baleia Rossi (MDB-SP); Marcos Pereira (Republicanos-SP); Elmar Nascimento (DEM-BA); e Fernando Coelho Filho (DEM-PE). Não será tarefa simples. O outro é trabalhar para que a esquerda não apoie Lira.
Como a eleição acontece em fevereiro, haverá ainda muita negociação. E o voto é secreto. Portanto, abre bastante espaço para traições. Dos dois lados.
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