A indicação do desembargador Kassio Nunes Marques ao Supremo Tribunal Federal (STF) motivou manifestações contrárias da bancada evangélica do Congresso e de líderes religiosos. Bolsonaro vinha prometendo escolher um ministro “terrivelmente evangélico”, o que gerou uma expectativa em seus aliados mais religiosos e conservadores, frustrada com a indicação de Marques.
A manifestação mais forte partiu do pastor Silas Malafaia, que em vídeo publicado nas redes sociais disse que, apesar de continuar aliado do presidente, não poderia concordar com a escolha. “O presidente não teria a necessidade de colocar na primeira vaga para o STF alguém ‘terrivelmente evangélico’, mas sim alguém ‘terrivelmente da direita’”, defendeu.
O incômodo é por conta do histórico de Marques, indicado a desembargador no TRF-1 em 2011 por indicação da então presidente Dilma Rousseff. “Ele é criticado pela proximidade a políticos do Centrão e por ter posições mais progressistas. Isso contraria bastante a bancada evangélica que queria alguém mais conservador e mais à direita”, explica o analista da Arko Advice, Marcos Queiroz.
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O deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), que é pastor evangélico da Assembléia de Deus, e foi apoiado por Malafaia durante a campanha, foi um daqueles que demonstrou incômodo. Nas redes sociais, ele relaciona o indicado de Bolsonaro a figuras que considera “de esquerda”.
Em defesa da própria escolha, a apoiadores em frente do Palácio do Planalto, Bolsonaro pediu que confiassem nele. Foi essa a atitude de aliados como a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) e de Marco Feliciano (Republicanos-SP), que apesar de demonstrarem insatisfação, disseram que confiam no presidente.
Em transmissão ao vivo na internet, o presidente garante que a segunda vaga ao STF que ele terá direito de indicar será de um juiz evangélico.