Após 54 dias de paralisação, os professores das universidades e institutos técnicos federais brasileiros se encontraram divididos. Na segunda-feira (27), a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) assinou um acordo com o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), pondo fim à greve.
No entanto, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) rejeitou a proposta e segue mobilizado. O acordo firmado entre o Proifes e o MGI prevê reajustes salariais entre 13,3% e 31% até 2026, com os maiores aumentos destinados às categorias com menor remuneração.
Seferian, do Andes-SN, criticou a falta de diálogo amplo do governo e chamou a atitude de “autoritária”. O sindicato também defende a recomposição do orçamento das universidades federais.
— Temos a necessidade de reconhecer que nossa luta não só continua, mas que nós vamos, pela nossa luta, pelos nossos enfrentamentos, fazer cair esse engodo que está aqui sendo construído — acrescentou Seferian.
A greve do professores e a divisão
O MGI, através do secretário José Lopez Feijóo, afirma que a negociação com os professores foi transparente, com 5 rodadas de diálogo.
— Dentro dos limites orçamentários, temos buscado construir a melhor proposta possível e dialogando com as demandas de reestruturação apresentada pela categoria — afirmou Feijóo.
Além disso, essa divisão entre entidades sindicalistas não é recente. Nas greves de 2012 e 2015, o Proifes já havia aceitado propostas do governo antes da Andes-SN, encerrando mais cedo as mobilizações. Agora, em algumas instituições, as aulas presencias já foram retomadas.