O futuro da greve dos professores federais, que já dura mais de dois meses, será definido em assembleias locais que ocorrerão até sexta-feira (21). O comando nacional da greve, ligado ao Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), está solicitando que os docentes votem se aceitam ou não as propostas apresentadas pelo governo federal.
Na última sexta (14), houve uma reunião entre os representantes dos professores grevistas e o governo, criando um indicativo de avanço nas negociações. Segue as propostas apresentadas a classe:
- Recomposição parcial do orçamento das universidades e institutos federais: o governo ainda não detalhou os valores, mas afirma que haverá aumento no orçamento destinado às instituições.
- Implementação de reajuste de benefícios: os professores receberão aumento no auxílio-alimentação, auxílio-saúde suplementar e auxílio-creche, mas os valores ainda não foram definidos.
- Elevação do reajuste linear: o governo também propõe aumentar o reajuste linear de 9,2% para 12,8%, sendo 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026. Com o reajuste concedido ao funcionalismo federal em 2023, o aumento total ficará entre 23% e 43% no acumulado de quatro anos, segundo o governo.
- Revogação da Portaria 983: o MEC se comprometeu a revogar, após o término da greve, a portaria que elevou a carga horária mínima semanal dos docentes.
- Investimento em infraestrutura: O governo federal anunciou um investimento de R$ 5,5 bilhões em melhorias na infraestrutura de universidades federais, hospitais universitários e novos campus.
Fim da greve?
Sendo assim, todas as universidades e institutos federais em greve realizarão assembleias locais. Os professores votarão se aceitam ou não as propostas do governo e se a greve deve continuar. Então, o comando nacional da greve em Brasília receberá o resultado e decidirá o futuro da paralisação no fim de semana.
Por fim, os grevistas iniciaram a greve em 15 de abril, que já dura 65 dias. A paralisação afeta 64 das 69 universidades federais do país. De acordo com o Andes, milhões de estudantes estão sendo prejudicados com a suspensão das aulas.