Nesta quarta-feira (18), o Governo Federal atingiu a marca de 1.135 brasileiros repatriados em zona de conflito de Israel. De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, essa é a maior operação de retirada de brasileiros de uma zona de conflito. Segundo ele, o esforço do governo garantiu uma atuação rápida e ajudou a trazer os brasileiros com segurança. Voos operados pela FAB deixaram Tel Aviv nos dias 10, 11, 12, 13, 14 e 18, transportando, além das 1.135 pessoas, dezenas de animais de estimação dessas famílias.
Durante uma coletiva de imprensa, o ministro da Defesa, José Mucio, explicou que, nos primeiros dias, a embaixada recebeu cerca de 2,7 mil cadastros, mas descobriu que muitos registros foram repetidos. “Logo no início da operação, tivemos um número muito grande de cadastrados. Agora diminuiu, temos cerca de 150 pessoas querendo voltar”, relatou.
Essa situação abriu espaço para que pessoas de outros países possam retornar também. Houve no período uma série de pedidos de países vizinhos para que o Brasil ajudasse nesse processo. “Como a lista de brasileiros foi reduzida, nesse próximo voo vamos conseguir trazer 15 estrangeiros de países vizinhos – bolivianos, paraguaios, argentinos e uruguaios”, acrescentou Mauro Vieira.
Repatriação em Gaza
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A principal pendência da operação é um grupo de brasileiros que está em Gaza e tenta deixar o território palestino pela fronteira com o Egito, na cidade de Rafah. Nesta quarta-feira (18), o avião VC-2 da Presidência da República, destacado para trazer os brasileiros que estão em Gaza, voou de Roma, na Itália, até o aeroporto de Al-Arish. Este aeroporto é o mais próximo de Rafah. Lá foi descarregada uma carga com kits de remédios e 40 purificadores de água, que farão parte da ajuda humanitária à população da Faixa de Gaza.
Segundo o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Marcelo Damasceno, esse pouso também foi importante para que os pilotos pudessem conhecer a pista de Al Arish, que no momento só está aberta para receber cargas de ajuda humanitária, mas pode vir a ser utilizada para retirar os brasileiros, caso haja autorização do governo egípcio. “Foi a primeira vez que pousamos lá”, explicou Damasceno. “Agora, se precisarmos decolar de lá, já vamos ter esse conhecimento”.