Mesmo com as suspeitas de fraudes no leilão do arroz, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), afirmou que o governo não vai recuar. A compra totoal pode totalizar até 1 milhão de toneladas de arroz. Segundo Fávaro, deve ocorrer uma modernização do edital para corrigir erros. O ministro participou de audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (19).
Fávaro também afirmou que a estruturação do Leilão está sendo feita junto com a Advocacia Geral da União (AGU) e Controladoria Geral da União (CGU). O cancelamento anunciado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na última semana , foi referente a todo o leilão. Isso inclui as 263 mil toneladas do primeiro leilão e as 36 mil toneladas em uma oportunidade posterior. A companhia também não tinha informado o país de origem que viria o arroz, já que o arremate foi feito por empresas pequenas brasileiras que iriam importar o produto.
Empresas do leilão do arroz
O ministro defendeu a capacidade das empresas que levaram o leilão do arroz. Segundo ele, elas possuem expertise nas importações, incluindo a tal “sorveteria”. O chefe da pasta ainda disse que a anulação do leilão só foi necessária como uma forma de prevenção para combater qualquer conflito de interesse.
No mesmo dia do anúncio de cancelamento do leilão, uma crise foi instaurada por uma possível conexão entre Neri Geller, ex-Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil, e as empresas ganhadoras do certame do governo. Sobre a exoneração de Geller, Fávaro ponderou que não há polêmica na demissão. De acordo com o ministro, “apesar do ato falho do filho, não teve nada de errado para sofrer investigação”.
Em outro momento, Fávaro voltou atrás e disse que a investigação é fundamental para a transparência e credibilidade do governo. Considerando as possíveis irregularidades no leilão, o deputado Zucco (PL-RS) tenta criar uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apurar o caso.
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