Nesta quinta-feira (4), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revela que a contaminação por mercúrio está impactando 94% da população indígena de nove aldeias yanomamis localizadas em Roraima. Os resultados foram obtidos a partir da análise de 287 amostras de cabelo coletadas em outubro de 2022. A inciativa lança luz sobre os efeitos do garimpo ilegal de ouro na região. Além disso, ressalta uma situação preocupante para as comunidades afetadas.
De acordo com o pesquisador da Fiocruz Paulo Basta, o mercúrio é considerado um contaminante químico sem qualquer função no metabolismo humano. – A ciência vem desde os anos 1950 acumulando de evidências sobre seus efeitos deletérios para a saúde – explica.
Garimpo ilegal em territórios yanomamis
A presença do garimpo ilegal na Terra Yanomami, a maior reserva indígena do Brasil, tem gerado uma série de problemas de saúde e ambientais. O mercúrio, utilizado no processo de extração do ouro, contamina os rios e entra na cadeia alimentar, afetando a saúde das comunidades locais. Apesar das ações anunciadas pelo governo para combater essa prática, o garimpo ilegal persiste, agravando ainda mais a situação.
Para Paulo, não ainda apenas interromper o garimpo. – É a primeira coisa a ser feita. Mas não é suficiente, porque o mercúrio já está presente no ambiente. Mesmo que nunca mais seja despejado mercúrio no território, o que já está lá vai permanecer por 120 anos – enfatiza.