Nesse domingo (10), os portugueses foram às urnas para dar novos rumos ao governo e a legenda Chega, de extrema-direita, quadruplicou o número de 12 para 48 cadeiras no Legislativo nestas eleições. Após nove anos no comando do governo, o Partido Socialista (PS), que conseguiu eleger 77 parlamentares, cede espaço para o Aliança Democrática (AD), de centro-direita, com 79 eleitos.
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Prevista apenas para 2026, as eleições ocorreram neste ano após o primeiro-ministro de Portugal, António Costa (PS), renunciar ao cargo devido. O político foi alvo de denúncias de escândalo de corrupção relacionado a negócios de lítio e hidrogênio no país.
Nesta semana, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, deve se reunir com o líder do partido vencedor das eleições, Luís Montenegro (AD), para tentar formar um governo.
Por sua vez, Montenegro precisa formar maioria na Assembleia da República, nome oficial do Parlamento português, que tem 230 deputados. Para chegar a 116 cadeiras em sua base de apoio, a AD pode fazer uma coalizão com o Chega, mas Montenegro afirmou em diversas ocasiões que não governaria com o apoio do partido de extrema direita.
Extrema direita cresce
O Chega, com os 48 mandatos, consolida-se como a terceira força em Portugal. O presidente da legenda, André Ventura, defende a limitação do fluxo imigratório para o país. Segundo ele, o volume de pessoas estrangeiras pressiona a saúde, inflaciona o setor de habitação e aumenta a criminalidade.
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Com formação em direito, Ventura ganhou fama ao comentar futebol e fazer declarações contrárias aos direitos de minorias. Antes do pleito, o líder do Chega afirmou que gostaria de fazer parte de um governo de direita, encabeçado pela Aliança Democrática, de Montenegro.