Eleições municipais

Foto: Divulgação/Camaçari Notícias

Um dos principais temas da agenda política deste ano são as eleições municipais de outubro. Apesar de o pleito passar a dominar a pauta somente a partir de março/abril, nos bastidores as articulações já começaram.

Embora o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula (PT) sejam os dois principais cabos eleitorais no país – consequência da polarização bolsonarismo x lulismo –, historicamente os temas locais acabam dominando a agenda das eleições municipais.

Outra questão interessante é a chamada “antipolítica”. Após o anti-establishment ter conquistado seu auge nas eleições de 2018, há dúvidas se esse cenário se repetirá em outubro. A demanda por honestidade na vida pública continua com elevado apelo eleitoral, mas pesquisas já captam que o fator competência também desponta como um relevante atributo de imagem.

A grande novidade que devemos ter diz respeito à produção de conteúdo por parte das campanhas. Ao contrário do que ocorreu em 2018, o debate interno entre tempo de TV x internet deve se restringir bastante.

Embora estrutura partidária e tempo de TV sejam importantes, é inegável o protagonismo adquirido pelas redes sociais. Assim, a campanha passará na TV e também pelo celular. Peças publicitárias que forem veiculadas na TV irão também para o celular e vice-versa.

Esse protagonismo do celular traz, como consequência, uma redução da importância dos chamados cabos eleitorais. Como através do celular a mensagem das campanhas chega direta e mais rapidamente ao eleitor, a intermediação dos partidos e da militância perde força.

A questão do fim das coligações proporcionais é outra variável que mudará as características da eleição. Nesse cenário, a tendência é que tenhamos um grande número de candidaturas próprias, aumentando a imprevisibilidade eleitoral, pois a cada pleito observamos que uma parcela maior da população está processando sua decisão de voto nos últimos dez dias de campanha.

Assim, a pulverização de candidaturas tende a aumentar o número de disputas, que terão dois turnos nos municípios acima de 200 mil eleitores. Outra questão é a crise financeira que atinge os municípios. Com menos recursos em caixa, o índice de reeleição deve cair.

Outra novidade é a possível ausência do partido do presidente da República. Segundo o presidente Bolsonaro, a chance de a Aliança pelo Brasil ser criada a tempo de participar das eleições municipais é de apenas 1%. Caso a ausência da Aliança no pleito se confirme, Bolsonaro tende a participar da disputa apenas apoiando os candidatos alinhados com ele.

Isso não chega a ser um problema para Bolsonaro, pois as eleições de 2018 mostraram que o bolsonarismo não se constitui em um movimento partidário. Trata-se de uma onda que une conservadores e liberais, sendo uma força política suprapartidária.

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