Eleição na Câmara: governabilidade vs independência

Foto: Najara Araújo/Câmara dos Deputados

Ainda que mais de um mês separe as votações que ocorrem nesta terça-feira (22) na Câmara dos Deputados da eleição para a mesa diretora, a batalha pela presidência da casa já avança a todo vapor. O cenário que se constrói, ao se analisar o conjunto de partidos que apoiam os dois principais lados da disputa é que a batalha deve ser entre: 1- o grupo, liderado por Arthur Lira (PP-AL), que busca que o presidente da República tenha maior governabilidade, e 2- o grupo, atualmente liderado por Rodrigo Maia, que prega que a Câmara tenha maior independência em relação ao Executivo.

Para o cientista político e presidente da Arko Advice, Murillo de Aragão, as duas vertentes têm conquistado um número parecido de parlamentares.

 

“É uma disputa acirrada. Na teoria, nominalmente o presidente Rodrigo Maia tem mais deputados apoiando um candidato que será indicado por ele, mas do outro lado, Arthur Lira tem forças importantes. É uma disputa que hoje está indefinida”, defendeu, em entrevista à CNN.

Atualmente, o grupo de Rodrigo Maia reúne 11 partidos: PSL, MDB, PSDB, DEM, Cidadania, PV, PT, PSB, PDT, PCdoB e Rede. Juntas, essas bancadas somam mais de 280 deputados. Contudo, o número não garante vitória, já que o voto é secreto e diversos partidos se encontram rachados internamente.

2021 já começou

Para Aragão, a movimentação na Câmara dos Deputados mostra que já não há divisão entre as pautas que deveriam ser votadas neste ano e aquelas que ficariam para 2021.

“Temos pendentes o orçamento de 2021, que deveria ser aprovado neste ano. Ao mesmo tempo, temos uma disputa pela presidência da Câmara e do Senado que já começou”, avalia.

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