Embora concorde com as críticas feitas pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), sobre a atuação das empresas privadas de energia elétrica, que atuam especialmente no Norte do país, o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM) disse à Arko Advice não acreditar na paralisação do projeto de privatização da Eletrobras, que aguarda tramitação na Câmara.
Braga, que foi ministro de Minas e Energia no segundo governo Dilma, diz que os acontecimentos no Amapá são o retrato do que ocorre com grande parte das concessionárias que foram vendidas. “Nesse caso, houve um verdadeiro abandono do sistema por parte da empresa (Isolux) que estava com o transformador danificado havia um ano. Elas não fazem manutenção”, disse.
Para ajudar a solucionar esses problemas, o líder emedebista reiterou sua tese de que se faz necessária a adoção de térmicas inflexíveis que vai possibilitar o uso do gás natural na base do sistema elétrico brasileiro.
“Venho falando isso há algum tempo. As usinas inflexíveis dariam mais confiabilidade ao sistema do Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Goiás e demais regiões. Portanto, o governo, o MME, a Aneel precisam tomar providências, rever esses conceitos que estão equivocados”, declarou o senador.
Questionado se o apagão no Amapá afeta a tramitação do PL da privatização da Eletrobras, Eduardo Braga disse que, ao contrário, vai impulsionar o processo dentro do Senado e da Câmara, assim como a nova Lei do Gás. “Todos esses equívocos deverão ser ajustados pelo Congresso Nacional”, avaliou o líder do MDB.
Sobre a nova Lei do Gás (PL 6.407/2013), que tramita no Senado desde a aprovação na Câmara, em setembro deste ano, Braga disse que “oficiosamente” é o relator porque teve essa garantia do presidente Davi Alcolumbre. Mas, até o momento, essa decisão não está oficializada.