As pesquisas divulgadas na semana passada pelos institutos AtlasIntel e Quaest trouxeram dados que merecem ser observados pelo Palácio do Planalto. O Atlas apontou que, pela primeira vez desde o início do terceiro governo Lula, a avaliação negativa (45,1%) superou a positiva (42,7%). No entanto, quando os entrevistados são questionados a respeito do desempenho pessoal de Lula (PT), a aprovação (49,6%) supera a desaprovação (47,3%). O AltasIntel trouxe, ainda, como fator de preocupação para o Planalto o fato de 60,8% dos entrevistados considerarem que os principais problemas do país são a criminalidade e o tráfico de drogas.
Nos últimos meses, diversos atos violentos provocaram grande repercussão na opinião pública. Tivemos o assassinato de médicos que estavam em um quiosque, no Rio de Janeiro; a morte de uma adolescente durante um show da cantora americana Taylor Swift, também na capital fluminense, no dia 17 de novembro. E, na terça-feira (21), houve uma pancadaria entre torcedores brasileiros e argentinos no Estádio do Maracanã, também no Rio, momento antes de se iniciar o clássico Brasil X Argentina, levando à paralisação parcial do clássico sul-americano.
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Todos esses eventos, que geraram intensa cobertura no noticiário, alimentam um clima de medo e insegurança entre a população, estimulando pressão sobre o governo. Outro desafio é a economia. O Ministério da Fazenda aumentou a projeção de rombo para R$ 177,4 bilhões este ano. Além disso, a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi reduzida pela Fazenda para 3%.
A pesquisa feita pelo Quaest no mercado financeiro apontou aumento da desconfiança dos agentes econômicos. De acordo com o levantamento, 77% do mercado entende que falta uma política fiscal que funcione. Por outro lado, 43% dos entrevistados avaliaram que o desempenho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), é positivo.
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Com a população sentindo o aumento da violência no seu dia a dia e com a economia apresentando indicadores piores, o clima de polarização política tende a continuar intenso no país. Se, por um lado, uma parcela do eleitorado é lulista, por outro, o antilulismo demonstra que permanece sendo uma força.