A Folha de S. Paulo publicou, nesta terça-feira (18), uma nota em repúdio ao insulto do presidente Jair Bolsonaro contra a repórter da Folha, Patrícia Campos Mello, que publicou matérias a respeito de disparos de fake news via Whatsapp durante as eleições.
Em entrevista em frente ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro afirmou, com insinuação sexual, que “Ela [repórter] queria um furo. Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim”, seguido de risos dele e dos demais presentes. A nota da Folha afirma que “o presidente da República agride a repórter Patrícia Campos Mello e todo o jornalismo profissional com a sua atitude. Vilipendia também a dignidade, a honra e o decoro que a lei exige do exercício da Presidência”.
Após as declarações, a representação feminina da Câmara dos Deputados não poupou críticas à postura do presidente. “Temos um presidente machista. Querer desqualificar uma profissional com insinuações sexuais é uma forma clássica da misoginia. E as mulheres sabem disso. Isso é quebra de decoro. Repugnante!, afirmou Talíria Petrone (PSOL-RJ).
A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito das Fake News, Lídice da Mata (PSB-BA) chamou de “atitude covarde, descabida e grotesca do presidente da República com a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha. Em mais de 30 anos de vida pública, nunca imaginei ver algo tão ridículo de um mandatário da Nação”.
Até o PSL, antigo partido de Bolsonaro, aderiu ao repúdio. O partido publicou no Twitter que “o PSL preza pela liberdade de imprensa e respeito pelos indivíduos. As agressões contra a jornalista Patrícia Campos Mello são inaceitáveis e merecem o repúdio dos brasileiros de bem. A atitude, além de ofensiva, demonstra pouco apreço pela democracia”.