CPIs como anteparo ao processo de impeachment

Foto: José Cruz / Agência Brasil

Depois da entrevista coletiva dada pelo então ministro Sérgio Moro na sexta-feira (24), quando ele pediu demissão do cargo e afirmou que o presidente Jair Bolsonaro tentava interferir em investigações em curso na Polícia Federal que envolvem pessoas próximas a ele e aliados, vários partidos requereram a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso.

Na Câmara, um pedido de CPI precisa do apoio de 171 deputados para ser aceito. No Senado, de 27 senadores. Como há pedidos nas duas Casas, a tendência é que uma CPI Mista seja instalada.

Na atual conjuntura, a criação de uma CPI pode ser melhor para o governo. Apesar de produzir desgaste e de haver o risco de a comissão revelar episódios que possam comprometer ainda mais o presidente, a CPI pode reduzir a chance de abertura de um processo de impeachment no curto prazo, dando tempo para o governo se reorganizar.

Quando explodiu o episódio do mensalão, duas CPIs foram criadas para investigar as denúncias e, mesmo assim, elas não resultaram em abertura de processo de impeachment contra o presidente. A criação de uma CPI também reforça a necessidade de o presidente melhorar seu diálogo com o Congresso. Nesse sentido, o papel do Centrão no futuro político de Jair Bolsonaro ganha ainda mais peso.

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