A CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas se reunirá, nesta segunda-feira (29), para ouvir representantes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Um dos destaques da sessão será o depoimento do diretor de Governança e Conformidade da CBF, Hélio Santos Menezes Júnior. O intuito é esclarecer a postura da CBF em relação à manipulação de resultados nos esportes.
Senador Jorge Kajuru (PSB-GO) e senador Romário (PL-RJ). Foto: Roque de Sá/Agência Senado
O senador Eduardo Girão (Novo-CE), vice-presidente da CPI, propôs a convocação de Menezes Júnior. Para ele, a manipulação de resultados é um problema crônico que precisa ser enfrentado com rigor pela CBF. Porque além da entidade regular as competições esportivas no Brasil, tem que assegurar a integridade do futebol. De acordo com Girão, o depoimento de Hélio Menezes Júnior será crucial para entender como a confederação está trabalhando para evitar e combater a manipulação de resultados.
Estratégias da CBF
Além de Menezes Júnior, a CPI também ouvirá outros representantes da CBF, incluindo o diretor de Competições, Júlio Avellar. Conforme o requerimento REQ 48/2024, em 2022, foram registradas 139 partidas de futebol sob suspeita de manipulação, com 109 partidas suspeitas em 2023. Portanto, essas suspeitas abrangem todas as séries do Campeonato Brasileiro. Como Júlio Avellar é responsável pela organização e planejamento das competições, sua participação será fundamental para esclarecer as estratégias da CBF para lidar com essas questões.
A CPI também ouvirá o oficial de Integridade da CBF, Eduardo Gussem. De acordo com o requerimento REQ 41/2024, do senador Romário (PL-RJ), Gussem é a pessoa indicada para explicar como a CBF utiliza os relatórios da empresa de monitoramento SportRadar AG para identificar partidas suspeitas. Ele deverá esclarecer como esses relatórios são tratados pela CBF. Além disso, como os funcionários envolvidos na análise dos dados lidam com alertas sobre possíveis manipulações.
Foto: Cesar Greco/Palmeiras/by Canon/FogãoNet
O senador Romário criou a CPI, que tem duração prevista de 180 dias. O grupo é composto por 11 senadores titulares, bem como sete suplentes. Jorge Kajuru (PSB-GO) preside a comissão que busca investigar as denúncias de manipulação de resultados no futebol brasileiro.