O mandato do Procurador-Geral da República (PGR), Augusto Aras, termina na próxima terça-feira (26) e, com isso, há a expectativa pela indicação de seu sucessor. O próprio Aras é um dos nomes cogitados para o cargo e defende sua atuação frente ao órgão para pleitear uma recondução.
Em sessão no Supremo Tribunal Federal (STF), na quinta-feira (21), Aras afirmou que os últimos anos à frente do cargo foram de “desafios”, “falsas narrativas” e “incompreensões”. Para o procurador, o trabalho realizado pela PGR manteve-se imparcial politicamente.
“Ao Ministério Público, tal como ao Judiciário, a Constituição veda expressamente a atividade político-partidária. Nossa missão não é caminhar pela direita ou pela esquerda, mas garantir a todos Justiça, liberdade, igualdade e dignidade, no âmbito da Ordem Jurídica”, afirmou ele.
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As marcas da gestão de Aras foram a omissão em denúncias contra o combate à pandemia por parte do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e o desmonte das bases da Operação Lava Jato. Mas o ministro Gilmar Mendes, decano da Corte, enalteceu o currículo e o trabalho de Aras em nome do STF.
“Todo esse conhecimento e essa experiência em matéria constitucional levou Aras a se tornar líder, com maestria, do Ministério Público Federal”, disse Gilmar Mendes.
Substituto de Augusto Aras
Apesar de ser um dos candidatos, Aras não é o favorito para o cargo. Nessa semana, Lula conversou com os outros dois principais candidatos ao maior cargo do Ministério Público Federal, Antônio Cargos Bigonha e Paulo Gonet. Entretanto não tomou ainda uma decisão.
O presidente Lula sinalizou ao seu entorno que Bigonha, nome apoiado pelos petistas, não o agradou. Com isso, mais um nome entrou na pauta: Aurélio Virgílio Veiga Filho. O também subprocurador é considerado da mesma linha de Bigonha, que já trabalhou como assessor de Sepúlveda Pertence. Além disso atuou em pautas alinhadas à esquerda.
Lula ainda pode ouvir os principais candidatos para o cargo na PGR novamente. Espera-se que uma decisão seja tomada nos próximos dias.