Assim como aconteceu dentro do PSL, no Democratas, uma ala do partido tenta tirar a sigla do bloco articulado por Baleia Rossi (MDB-SP) e pular para o lado de Arthur Lira (PP-AL). O movimento seria facilitado pelo fato de que a entrada do partido no bloco do emedebista ainda não foi oficializada. Além disso, deputados aliados do candidato pepista reclamam que não foi realizada nenhuma reunião para colher os votos e escolher qual seria o apoio oficial.
Inspirados pelo movimento capitaneado pelo Major Vitor Hugo (PSL-GO), esses parlamentares ameaçam recolher as assinaturas dos dissidentes. Se a maioria for atingida, o partido pode entrar oficialmente para o grupo de Lira. Eles dizem que isso será feito caso não aconteça uma reunião ou uma votação interna antes da eleição.
O que dizem os aliados de Lira é que pelo menos 20 dos 29 nomes da bancada democrata, ao serem procurados, declararam que devem votar no rival de Baleia Rossi.
Questionado pela Arko Advice, Baleia questionou os números divulgados pelo grupo de Lira, mas assumiu que a interferência do governo na disputa tem pesado na balança.
“Vejo um desespero muito grande do nosso adversário. Vejo plantação de notícias mentirosas. Eles estão de salto-alto cantando vitória. Vejo também uma tentativa brutal do Palácio do Planalto na tentativa de diminuir o debate e fragilizar o trabalho dos parlamentares. Mas tenho convicção que vamos ganhar essa eleição”, declarou.
Nesta semana, o racha no partido irritou o atual presidência da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). De acordo com a Folha de S.Paulo, Maia teria ligado para o presidente do partido, ACM Neto, e declarado que, se a agremiação fosse cooptada através do pagamento de emendas e do oferecimento de cargos, seria oficialmente o “partido da boquinha”.