Cotado como pré-candidato à presidência da República, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), defende que o país precisa de uma reforma administrativa ampla. Segundo ele, as mudanças na estrutura do funcionalismo público precisam ser “pra valer” e não “pra falar”.
A avaliação foi feita em entrevista de Eduardo Leite à Arko Advice e à Empiricus, na noite de terça-feira (2). Para o governador, a Reforma Administrativa feita em seu governo na esfera estadual é um bom exemplo do caminho a seguir nacionalmente.
“Fizemos as reformas administrativa e previdenciária mais profundas entre todos os estados. Acabamos com as licença-prêmio, com as vantagens temporais, com a inclusão de gratificações na aposentadoria. Alteramos o plano de carreira dos professores e dos policiais Militares. O resultado é que, no ano passado, depois de anos, o Rio Grande do Sul viu pela primeira vez reduzir o déficit de 13 para 10 bilhões e tivemos redução de despesa com pessoal na ordem de R$ 600 milhões”, calculou.
Leite é um defensor de que a Reforma Administrativa federal inclua também os atuais servidores. Na entrevista, ele também defendeu a Reforma Tributária que aguarda votação no Congresso.
“É preciso não titubear, não descuidar das contas públicas. Isso é segurança que o país preza pelo equilíbrio fiscal e dá segurança para investidores. Isso ajuda a reduzir o câmbio e consequentemente ajuda a reduzir a inflação sem precisar decolar o juros”, disse.
Privatizações
Em avaliação do próprio governo o governador disse que teve como foco reduzir a dívida do estado. “O Rio Grande do Sul gasta mais do que arrecada há muito tempo e sempre achou soluções para empurrar esse problema mais pra frente”, disse.
Uma das ferramentas citadas por Leite para diminuir o rombo estadual é a privatização de estatais. “A Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) vai a leilão agora em 31 de março. Depois teremos a geradora e a transmissora. Também a companhia de distribuição de gás. Além disso, temos um dos mais amplos portfólios de concessões rodoviárias”, destacou.
Candidato à presidência
Na entrevista, Eduardo Leite também comentou sobre os planos do partido de lançá-lo como candidato à presidência da República. Atualmente ele disputa internamente com o governador de São Paulo, João Doria. Contudo, Leite diz que está à disposição do partido para participar de um projeto pacificador do país.
Ele rebateu as críticas de que o posicionamento do partido seja pouco definido. “O PSDB tem lado, posição. Tem lado nas privatizações, nas reformas para dentro da máquina. Tem lado também em políticas sociais relevantes. O PSDB é um partido de moderação, nunca atuou para exterminar a oposição ou o governo. Por isso talvez seja visto como um partido em cima do muro”, disse.