Bolsonaro x Sergio Moro

Foto: Carolina Antunes/PR

Foram marcados nove depoimentos para esta semana no inquérito que investiga as acusações de “interferência política” na Polícia Federal feitas pelo ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, contra o presidente Jair Bolsonaro.

Na segunda-feira (11), será ouvido o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), delegado Alexandre Ramagem, cuja indicação para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal foi suspensa por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Também será ouvido o delegado Ricardo Saadi, que deixou a Superintendência da PF no Rio em agosto de 2019. Na terça (12), irão depor os ministros Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional; Braga Netto, da Casa Civil; e Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo. Os depoimentos dos ministros serão no Palácio do Planalto.

Os depoimentos dos ministros são os mais aguardados. O ministro Celso de Mello, do STF, ao decidir pelo depoimento dos militares destacou que, “se as testemunhas que dispõem da prerrogativa fundada no art. 221 do Código de Processo Civil deixarem de comparecer, sem justa causa, na data por elas previamente ajustada com a autoridade policial federal, perderão tal prerrogativa e, redesignada nova data para seu comparecimento em até 05 (cinco) dias úteis, estarão sujeitas, como qualquer cidadão, não importando o grau hierárquico que ostentem no âmbito da República, à condução coercitiva ou ‘debaixo de vara’.” Houve reação de militares. Oficiais da ativa e da reserva de fora do governo fizeram coro e disseram que se sentiram atingidos e tratados como “bandidos”.

Na quarta (13), depõem a deputada Carla Zambelli, do PSL; o delegado Alexandre Saraiva, que Bolsonaro tentou indicar para a Superintendência da PF no Rio; e o delegado Carlos Henrique Oliveira de Souza, que comandava a PF no Rio e foi escolhido para a diretoria-executiva da corporação.

Na quinta (14), será ouvido o depoimento do delegado Rodrigo Teixeira, ex-superintendente da PF em Minas Gerais, exonerado após as primeiras conclusões do inquérito que envolveu a facada sofrida por Jair Bolsonaro em Juiz de Fora, durante a campanha eleitoral de 2018.

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