O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), rejeitou o recurso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para que a decisão que o tornou inelegível seja analisada pelo STF.
Bolsonaro e seu candidato a vice nas eleições de 2022, o general do Exército Walter Braga Netto (PL), foram condenados a inelegibilidade por abuso de poder político. Além disso, econômico nas comemorações do Bicentenário da Independência.
A decisão de Alexandre de Moraes, embora reforce as dificuldades que Jair Bolsonaro enfrenta no âmbito jurídico, não deve alterar a posição do ex-presidente como o principal cabo eleitoral do PL nas eleições municipais de outubro.
Vale recordar que o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, estabeleceu a ousada meta de eleger mais de mil prefeitos em outubro. Valdemar aposta na força eleitoral de Bolsonaro para que o PL aumente o número de prefeituras sob seu controle.
Mesmo que a conquista de mil prefeituras seja improvável de ser obtida, a presença de Bolsonaro como cabo eleitoral nas eleições municipais deve alavancar o desempenho do PL.
Além da presença do ex-presidente nas disputas nas capitais fortalecer a polarização com o presidente Lula (PT), principalmente em capitais como São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Belo Horizonte (MG), nas cidades com menos de 200 mil eleitorais, em que haverá apenas um turno, a participação de Bolsonaro pode beneficiar os candidatos do PL.
Por outro lado, a atuação de Jair Bolsonaro também deve atrair sua rejeição para os candidatos a prefeito pelo PL. Principalmente nas capitais e cidades com mais de 200 mil eleitores, a rejeição do bolsonarismo poderá representar um obstáculo, sobretudo no segundo turno.
Bolsonaro inelegível e as narrativas políticas
Apesar desse obstáculo e da inelegibilidade de Jair Bolsonaro para as eleições de 2026, o PL tende a se beneficiar de sua presença nas eleições municipais. Além do capital político do ex-presidente permanecer elevado, ele possui uma grande capacidade de mobilizar a base social bolsonarista em favor dos candidatos que apoiar.
Outro aspecto a ser observado é que Jair Bolsonaro poderá utilizar o tema da inelegibilidade para reforçar a narrativa que vem sendo utilizada de que ele e seus aliados são alvos de uma “perseguição jurídica”.