O Procurador Geral da República, Augusto Aras, manifestou-se hoje em favor da prorrogação, por mais 30 dias, do inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal que apura suposta ingerência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal. Com isso, novas diligências poderão ocorrer, como a oitiva do próprio presidente da República, que deverá ser colhido por escrito, além da produção de relatórios de análise sobre os inquéritos de interesse de Bolsonaro na PF do Rio de Janeiro.
Esse expediente não é incomum. Como o pedido partiu da Autoridade Policial que conduz as investigações sob alegação da necessidade de um prazo maior, a PGR, no uso de sua atribuição constitucional, normalmente defere pedido desta natureza.
Vale lembrar que o ministro Celso de Mello se aposenta em novembro. Sua prorrogação, portanto, aumenta a probabilidade de que o ministro não esteja mais na Corte quando o procurador decidir se apresenta ou não denúncia contra o presidente. Lembrando que não há prazo para Augusto Aras decidir. A continuidade da investigação também aumenta a possibilidade de novos atritos entre o presidente e o Judiciário.