As peças que compõem o tabuleiro da disputa pela Prefeitura de São Paulo (SP) mantêm aceleradas movimentações na capital paulista. Na última sexta-feira (2), a ex-prefeita Marta Suplicy se filiou ao PT, e retornou ao partido que fez parte durante 8 anos para ser a vice do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP). A volta de Marta ao PT contou com o apoio do presidente Lula (PT), que ensaia uma ativa atuação no pleito de outubro em SP.
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A aliança com Marta Suplicy agrega para a candidatura de Boulos, já que até pouco tempo Marta era secretária de Relações Internacionais da Prefeitura. Além disso, segundo pesquisa divulgada pela Quaest, Marta, com 24% das menções, é considerada a melhor prefeita de SP já teve. Ela possui um capital político importante nas periferias da capital paulista, onde a preferência por Boulos é menor do que junto a classe média progressista.
O bolsonarismo, por sua vez, também se movimentou na semana passada de olho na disputa pela Prefeitura. O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) que figurava como um dos pré-candidatos, tendo, inclusive, o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), desistiu oficialmente da disputa.
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A saída de Salles é positiva para o prefeito de SP, Ricardo Nunes (MDB), que trabalha para que a direita não tenha candidatura própria. Ainda na semana passada, Bolsonaro confirmou a indicação do coronel Mello Araújo, ex-comandante da Rota, para ser o vice de Nunes. Diante do anúncio do ex-presidente, a tendência é que o bolsonarismo faça uma aliança com Ricardo Nunes.
Quem também segue se movimentando é a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP), que também é pré-candidata. Após o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, declarar que Tabata não ‘tem nenhuma experiência” e que “nunca passou por uma administração municipal”, a pré-candidata do PSB reagiu.
Nas suas redes sociais, Tabata Amaral declarou que “quem definitivamente não tem experiência de boa gestão é o Ricardo Nunes. Ele é o responsável por esse caos em que se encontra a cidade de São Paulo”.
O bate-boca entre Valdemar e Tabata é negativo para Nunes, pois caso a pré-candidata do PSB seja alvo dos aliados do prefeito, num eventual segundo turno entre Nunes x Boulos, Tabata poderá optar pelo apoio ao representante do PSOL.
Tabata Amaral é um nome a ser observado nesta disputa. Apesar da tendência da eleição ser polarizada entre Ricardo Nunes e Guilherme Boulos, a candidatura de Tabata traz desafios para os dois players da disputa.
Sendo candidata, Tabata terá o apoio do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Márcio França (PSB), dividindo a base de apoio do Palácio do Planalto em SP. Tabata, por outro lado, também poderá tirar votos de Nunes, pois a deputada do PSB transita no campo da centro-direita.
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Há quem veja que, dependendo do desempenho de Tabata, ela poderá ter uma função estratégica no segundo turno, assim como a hoje ministra Simone Tebet (MDB) teve na eleição presidencial de 2022. Não é por acaso que Lula declarou que apoiaria Tabata num eventual segundo turno.