A tarefa seria nada fácil, mas a simples mudança de governo trouxe a Temer as condições iniciais para, com base num diagnóstico correto e um time adequado de colaboradores, recolocar o país nos trilhos do crescimento econômico após o conhecido desastre das recentes gestões petistas. O mundo está cheio de recursos para investir, o Brasil sempre foi visto com bons olhos, o que falta agora é arrumar a casa e trabalhar duro.
O diagnóstico que veio com o novo governo precisa de remendos, mas a ênfase na reforma da Previdência está absolutamente correta. Em adição, é preciso retirar estados, como o Rio de Janeiro, da extrema-unção financeira, o que também depende do Congresso, que hesita em aprovar uma “lei de recuperação fiscal”, demonstrando não enxergar o vulcão social de grandes proporções que está prestes a explodir em vários lugares.
Reformar para superar escândalos e recessão
Cabe também ao governo atuar de forma pragmática na gestão dos projetos inacabados de concessões ou em condições de se expandir a infraestrutura de transportes, pois talvez seja essa a única porta aberta para retomar mais rapidamente o investimento, a produtividade e o crescimento do PIB.
Oferece-se, assim, a chance para os dirigentes públicos em geral — ao trabalharem pela aprovação desses projetos — mostrarem à sociedade que existe algo mais “ao sul do Equador” do que a simples roubalheira que passou a grassar nos meios políticos de nosso país na intensidade com que veio.
Por mais que se soubesse que uma hora uma lista de Fachin viria à tona, a sociedade está estarrecida com o alcance das últimas revelações, enquanto os principais políticos do país entram em pânico com a onda destruidora que se desenrola sobre suas cabeças, sem forças para desempenhar seu papel legal enquanto o demorado processo de apuração e julgamento não é finalizado.
Nesses termos, é preciso que o Poder Judiciário se mostre expedito, razoável e ponderado nas suas decisões, evitando punir indevidamente quem não deveria estar nas delações, a fim de que os Poderes da República busquem, em conjunto, um caminho que alivie rapidamente a população brasileira dos efeitos desastrosos dessa que é a pior recessão da História de nosso país.