O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), manifesta irritado com a falta de articulação política do governo no Congresso. O deputado aos aliados do Palácio do Planalto responsáveis por essa articulação que, após a aprovação do novo marco fiscal na Câmara, a próxima pauta do governo a ele que irá se dedicar é a reforma tributária.
“Matéria de país eu tenho dever institucional de tocar, mas matéria de governo quem tem que cuidar é o líder do governo”, afirmou Lira a três governistas que são seus aliados. Arthur Lira tem se queixado aos deputados que o sistema de negociação política com os ministros da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e da Casa Civil, Rui Costa, “simplesmente não existe”.
Há incômodo generalizado na Câmara, e também no Senado. Isso, porque o acordo fechado para aprovar a proposta de Emenda Constitucional da Transição em dezembro, que garantiu R$ 145 bilhões para o governo gastar este ano, não foi integralmente cumprido.
A alegação é de que apenas parte das verbas do extinto orçamento secreto foi repassada para as bases eleitorais dos congressistas e outra parte está travada no Executivo. Os deputados descontentes reclamam com Arthur Lira e com os líderes de partidos pela não liberação dos recursos enquanto são pressionados a votar matérias de interesse do Executivo.
Confiança do secretário
O secretário extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, disse que há grandes chances de a reforma tributária ser votada pela Câmara ainda neste semestre, apesar do prazo apertado.
“A perspectiva é votar até o final do semestre legislativo, em meados de julho, e eu acredito que sim, pelo menos é a intenção anunciada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira”, disse à CNN Brasil.
Bernard Appy reconheceu que serão necessárias “concessões” setoriais para que a reforma seja viabilizada politicamente. Ele destacou os setores de agronegócio, a indústria e o varejo de alimentos e os setores de saúde e educação.