Um estudo publicado pela revista científica The Lancet Respiratory Medicine, na última quinta-feira (15), aponta que o contágio do novo coronavírus oferece certa proteção à população jovem, mas não garante completa imunidade contra uma reinfecção do vírus.
Com base em dados de mais de 3 mil indivíduos saudáveis dos Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, sendo a maioria homens entre 18 e os 20 anos, o estudo pode concluir que, ainda que se desenvolvam anticorpos após a recuperação da covid-19, é pertinente receber a vacina de modo a estimular a resposta imunitária e evitar reinfecções.
A pesquisa foi desenvolvida entre maio e novembro de 2020, os voluntários fizeram uma quarentena de quatro semanas antes de regressar aos treinos, realizaram testes para detectar anticorpos e contágios e preencheram um questionário sobre sintomas de covid-19, entre outros dados médicos.
O estudo concluiu que 19 jovens, (10%) de 189 que já tinham superado a covid-19, ficaram novamente infectados, enquanto no grupo dos que não tinham contraído o vírus, com 2.247 recrutas, contagiaram-se posteriormente 1.079, quase metade. Os autores da pesquisa constataram que os jovens que nunca tinham estado infectados com o vírus tinham cinco vezes mais risco de se contagiarem do que aqueles que já tinham contraído a doença, ainda que os últimos não fossem completamente imunes.
Os jovens reinfectados tinham menos anticorpos do que aqueles que não voltaram a contrair o vírus, e a sua carga viral era dez vezes mais baixa do que a dos que tinham ficado infectados pela primeira vez. Segundo os pesquisadores, isso significa que algumas pessoas reinfectadas podem transmitir o vírus, ainda que seja uma conclusão que, advertem, requer mais investigação para ser confirmada.