A secretária municipal de Relações Internacionais de São Paulo, Marta Suplicy, passou a ser um dos alvos do PT nas últimas semanas. Costurada pelo presidente Lula (PT), está em curso uma negociação para que Marta retorne para o PT para ser a vice na chapa do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL).
No entanto, até o momento, o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), é o principal concorrente de Boulos na corrida eleitoral de 2024. Nunes rejeita a possibilidade de que sua secretária, com quem tem trabalhado nos últimos três anos, o abandone.
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Está á a primeira vez desde a sua fundação que o PT não concorre como cabeça de chapa para a Prefeitura de São Paulo, e a candidatura de Marta como vice é uma maneira de a sigla estar em evidência durante as eleições na maior cidade do País.
Pelo PT, Marta Suplicy já dirigiu a capital paulista entre os anos de 2001 a 2004. Ela deixou o PT em 2015 em meio às denúncias de corrupção e se filou ao MDB. A mudança de partido ocorreu poucos meses antes do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT).
Na votação em que Dilma perdeu o mandato, Marta, que era senadora, votou a favor do processo. Até 2019, a ex-prefeita cumpriu seu mandato no legislativo, e em 2021 tornou-se secretária da gestão de Ricardo Nunes.
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Recentemente, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), afirmou, durante seu discurso, que Marta Suplicy “tem grande experiência por ter sido prefeita da capital” e será importante para o debate dos rumos da cidade nas eleições do ano que vem.
Será a segunda vez que Boulos concorre à Prefeitura de São Paulo. Em 2020, o ex-presidente do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) foi derrotado no segundo turno por Bruno Covas (PSDB).
Apoio de Lula à Marta Suplicy
Lula entende que Marta Suplicy seria a vice ideal para Guilherme Boulos por três aspectos:
1) a ex-prefeita possui uma boa reputação na periferia da capital, fruto das políticas sociais implementadas durante sua gestão. Como Boulos tem uma intenção de voto mais concentrada na classe média, tendo mais dificuldades nas periferias, Marta poderia ajudar Boulos a conquistar esse público;
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2) Marta é um nome com bom trânsito no eleitor mais moderado, segmento que Guilherme Boulos ainda encontra resistências; e
3) Se Marta Suplicy for a vice de Boulos, Ricardo Nunes, o principal adversário do pré-candidato do PSOL neste momento, perderia uma aliada importante. Mais do que isso, sem Marta, que é uma política de centro-esquerda, a campanha de Boulos intensificará os ataques a Nunes com objetivo de vinculá-lo ao bolsonarismo.