O ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil-MA), vai se reunir hoje, segunda-feira, com o presidente Lula, que condicionou a permanência dele no cargo à apresentação de justificativa plausível sobre o uso de avião da FAB e de diárias pagas com recursos públicos para ir a compromissos privados, como leilões de cavalos. Trata-se da primeira crise no ministério, a pouco mais de dois meses do novo governo.
O ministro Juscelino Filho também emplacou o sócio do haras onde cria seus cavalos como funcionário fantasma na liderança do PDT no Senado. No local onde deveria trabalhar, ninguém conhece Gustavo Gaspar, embora ele tenha salário de R$ 17,2 mil, um dos maiores do gabinete.
No haras, Gaspar é sócio da irmã do ministro, a prefeita de Vitorino Freire (MA), Luanna Rezende. As bancadas do União Brasil no Congresso reagiram às declarações da presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), defendendo a saída do ministro das Comunicações.
A nota, com a posição dos integrantes do partido no Congresso, é assinada pelos líderes do partido na Câmara, Elmar Nascimento (BA), e no Senado, Efraim Filho (PB). O União comanda três ministérios na gestão do presidente Lula.
Além das Comunicações, o partido indicou Daniella Carneiro para o Turismo e Waldez Góes para a Integração Nacional. Embora faça parte da base aliada, o partido ainda não deu mostras de adesão ao governo, como esperada pelo Palácio do Planalto.
Um exemplo dessa falta de sintonia foi o fato de parlamentares do partido terem o pedido de instalação da CPMI sobre os atos de 8 de janeiro, contrariando o PT e a própria orientação de Lula.
No fim de semana, o ministro Juscelino Filho, disse não ter feito “nada de errado” e que tem “direito à presunção de inocência”. Ele contou com o apoio de seu colega de ministério, Alexandre Padilha (Relações Institucionais), que disse ter o próprio PT sido vítima de “pré-julgamentos injustos” no passado.