A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, afirmou na última semana, durante uma transmissão ao vivo, que as críticas ambientais sofridas pelo país são o reflexo de uma má comunicação. “Preserva muito, mas se comunica mal. E existem os interesses comerciais, pois estamos prontos para crescer ainda mais no agronegócio”, destacou.
A ministra defendeu o cumprimento do Código Florestal e que vantagens sejam estabelecidas em caso de preservação além do mínimo estipulado em lei. Ela sustentou também a necessidade do diálogo e afirmou que não entende a animosidade contra o projeto de regularização fundiária, uma vez que a proposta não altera o marco temporal de ocupação das terras para titulação, somente insere ferramentas tecnológicas novas ao processo, de forma a torná-lo mais célere.
Segundo Tereza Cristina, aproximadamente 90% das propriedades da Amazônia com possibilidade de regularização têm até quatro módulos fiscais e poderão receber títulos por meio de sensoriamento remoto. A ministra informou que será uma ação integrada onde não só serão emitidos os títulos de regularização fundiária, mas também será dada continuidade a várias outras ações que precisam ser feitas. Essa é uma das principais ações do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, para frear o desmatamento na Amazônia. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) será o responsável pela análise dos documentos para a regularização e determinará se será necessária uma segunda análise presencial, de acordo com a quantidade de módulos do solicitante.
Ainda de acordo com a ministra, dessa vez em evento virtual promovido pela Climate Bonds Initiative (CBI), no fim do mês de junho, o Brasil poderia atender a demanda internacional de comida “sem derrubar uma árvore sequer”. Segundo ela, apenas 8% do território brasileiro são destinados a lavouras, que “ainda não atingiram a plenitude de sua produtividade” e que o crescimento seria viável e sustentável com a adoção de novas tecnologias.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o Brasil tem potencial para se tornar um centro negociador de carbono e que tem participação pequena no mercado de títulos verdes, um dos caminhos para o crescimento sustentável que tem se tornado cada vez mais importante. São US$ 541 milhões de títulos no mundo, enquanto o Brasil representa US$ 1,5 bilhões deles.