O ministro Gilmar Mendes tomará posse na presidência do TSE em maio do ano que vem, fato que contribuirá para tencionar o julgamento da investigação sobre a prestação de contas da campanha da presidente Dilma Rousseff de 2014.
Conhecido por suas críticas a determinadas práticas do Partido dos Trabalhadores, Mendes é autor do voto, aprovado pelo plenário, que pediu a desarquivamento do processo. O PT considera o ministro um de seus mais ferrenhos adversários. Ao longo de sua tramitação, a ação acabou unificada ao agregar três outras de natureza semelhante.
A exemplo da análise das contas da presidente no TCU, a iniciativa é classificada como tentativa de golpe pelo governo. A oposição baseia-se em informação de delatores de que dinheiro de propina do escândalo da Petrobras serviu para financiar a chapa de Dilma Rousseff.
Para relatar o processo, o presidente do TSE, José Antonio Dias Toffoli, indicou a ministra Maria Thereza de Assis Moura, responsável por seu arquivamento no início do ano passado. A reabertura do caso resultou do empenho de Gilmar Medes, relator da prestação de contas de Dilma, aprovadas com ressalvas.
As providências destinadas a abertura da investigação só serão tomadas no ano que vem, com Mendes já sentado na cadeira de presidente. Poderão ser aproveitadas pela oposição para reaquecer o debate do impeachment, esvaziado pelo desgaste do presidente da Câmara, Eduardo Cunha.