Congelada desde 2009, a tarifa de energia da usina binacional de Itaipu foi reduzida em 8,2%. É a primeira redução da tarifa de Itaipu após 13 anos, permitindo a redução da conta de luz do consumidor da energia gerada pela usina.
A definição das bases orçamentárias correspondentes ao exercício de 2022 e, em consequência, a tarifa para prestação do serviço de eletricidade foi anunciada ontem, terça-feira, pela direção de Itaipu. Do lado brasileiro, pela sucessora da Eletrobras, a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar) e, do lado paraguaio, a Administração Nacional de Eletricidade (Ande), do Paraguai.
As duas empresas são responsáveis pela compra e revenda nos mercados nacionais da energia gerada pela usina. A informação foi divulgada pelo Ministério de Minas e Energia. O Brasil defendia um valor de 18,97 US$/kW; a posição do Paraguai era de manter os 22,60 US$/kW, ampliando o valor disponível para as despesas de exploração. As diretorias brasileiras e paraguaias chegaram ao consenso ao estabelecer o Custo Unitário dos Serviços de Eletricidade (Cuse) para o ano de 2022 em 20,75 US$/kW.
Assim, foi alcançado o valor intermediário com respeito às propostas pleiteadas inicialmente por ambas as margens da binacional. Os ingressos adicionais estimados serão utilizados para a manutenção da tarifa de repasse de Itaipu nos moldes da aprovada provisoriamente pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em dezembro de 2021.
O valor da tarifa, como aprovado pela agência, considerou o valor de 18,97 US$/kW para o Cuse, não havendo, portanto, impacto para o consumidor final. Esse consenso foi alcançado após processo de análise das propostas de orçamento para este ano nas esferas da Diretoria Executiva e do Conselho de Administração, no âmbito da cooperação e do diálogo permanente que regem a relação entre os dois países proprietários do empreendimento hidrelétrico.
A operação e os projetos estratégicos da empresa, como a atualização tecnológica da usina, a Ponte da Integração Brasil-Paraguai, em construção a jusante da Ponte da Amizade, e a revitalização do sistema de Corrente Contínua de Alta Tensão (HVDC) de Furnas, entre vários outros, estão com os recursos preservados para a sua execução.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, Paraguai e Brasil ratificam o compromisso de diálogo aberto e permanente, apostando sempre no melhor aproveitamento do recurso energético fornecido pela Itaipu Binacional.