Evo Morales renunciou ao cargo de presidente da Bolívia neste domingo (10), após o aumento das tensões políticas no país. O vice-presidente, Álvaro García Linera, a presidente do Senado, Adriana Salvatierra, o presidente da Câmara dos Deputados, Víctor Borda e a presidente do Supremo Tribunal Eleitoral da Bolívia, Maria Eugenia Choque Quispe, também renunciaram.
Na manhã de domingo, com a divulgação da Organização dos Estados Americanos (OEA) de que as eleições de 20 de outubro – que garantiram seu quarto mandato – teriam sido fraudadas, Evo disse que convocaria novas eleições. Apesar disso, não explicou como aconteceria o processo eleitoral e nem se seria candidato.
“Renuncio para que [Carlos] Mesa e [Luis Fernando] Camacho não continuem a maltratar os familiares de nossos companheiros, não continuem atacando ministros e deputados, para que parem de maltratar os mais humildes”, afirmou Evo em seu pronunciamento de renúncia.
Com a renúncia de diversos atores políticos bolivianos importantes, a linha de sucessão não está oficialmente definida. No entanto, a segunda vice-presidente do senado, Jeanine Añez, afirmou que pode assumir esse papel. “Como nossa Constituição estabelece, estou na segunda vice-presidência, me corresponderia assumir esse desafio com o único objetivo de convocar novas eleições, pacificar o país e retorná-lo ao normal”, afirmou a senadora.