A decisão do ex-ajudante de ordem de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, em confessar que teria entregue ao ex-presidente dinheiro em espécie, fruto da venda de joias sauditas, é a segunda bomba atômica em dois dias. A estratégia de Cid, para atenuar sua provável condenação no caso, foi revelada por Veja e pode ser determinante para tornar Bolsonaro investigado.
E não só isso. O caso torna praticamente inevitável a prisão temporária do ex-presidente. No mínimo, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes pode determinar a apreensão do passaporte de Bolsonaro e o uso de tornozeleira eletrônica.
Outra bomba foi a declaração do hacker Walter Delgatti que, em depoimento na CPMI dos Atos Golpistas, disse que Bolsonaro mandou forjar quebra de sigilo das urnas eletrônicas. As revelações elevaram a possibilidade de Bolsonaro ser preso por tentativa de fraude do processo eleitoral e conspiração.
Os dois episódios da semana integram um enredo rocambolesco de mutretas e espertezas que demolem a imagem pública do ex-presidente e trazem dificuldades para o bolsonarismo.
Fontes aliadas ao ex-presidente avaliam que a sucessão de eventos e o agravamento das investigações podem servir para a narrativa de que Bolsonaro está sendo perseguido assim como Lula teria sido pela Operação Lava-Jato.