Mais de 250 bilionários e milionários surpreenderam o mundo ao assinarem uma carta aberta direcionada aos líderes mundiais presentes no encontro de Davos, pedindo para serem taxados. Nesse enredo inesperado, personalidades como Valerie Rockefeller, herdeira do petróleo, e Brian Cox, conhecido por interpretar Logan Roy em Succession, se uniram para lançar luz sobre o debate econômico. A mensagem é clara: “Taxem-nos”.
Este não é um conto de Robin Hood; é a história real de ricos que desejam contribuir. A carta reflete uma aparente chamada à igualdade, embora algumas vozes sugiram que possa ser uma estratégia astuta no jogo de opinião pública. Abigail Disney, por exemplo, já expressou sua visão crítica sobre a acumulação de bilhões, considerando-a “insana” em uma entrevista de 2019.
Mais de 250 conspiradores da elite mundial assinaram a carta, instando os líderes mundiais a abraçarem um conceito revolucionário: taxar as camadas mais altas da sociedade. Se levada a sério, essa proposta poderia remodelar a narrativa da distribuição de riqueza e da responsabilidade social.
Contrariando expectativas, pesquisas indicam que uma parcela significativa dos super-ricos apoia a ideia de taxar aqueles com fortunas bilionárias. Uma pesquisa recente do grupo de defesa Patriotic Millionaires revela que impressionantes 75% dos ultra-ricos apoiam uma taxa de 2% sobre suas fortunas. Além disso, 66% estão dispostos a estender essa taxa às suas próprias contas bancárias, desde que isso resulte em serviços públicos aprimorados e estabilidade econômica.
Esse apelo inesperado à ação surge em um momento em que os super-ricos testemunham um aumento vertiginoso em sua riqueza. Um relatório da ONG britânica Oxfam, que endossa a carta dos bilionários, destaca que as pessoas mais ricas do mundo dobraram sua riqueza coletiva desde 2020. Enquanto a desigualdade nos EUA continua a crescer, a proposta de uma taxa de 2% sobre bilionários globais poderia gerar anualmente quase US$ 250 bilhões, de acordo com o Observatório Fiscal da União Europeia.
A carta aberta conclui com uma escolha filosófica: um futuro adornado com “orgulho fiscal” ou uma persistente “vergonha econômica”. À medida que esse ato inesperado se desenrola, o mundo observa para ver se o apelo dos bilionários se traduzirá em mudanças tangíveis ou se permanecerá como uma elaborada performance no palco global. Resta saber a posição de figuras como Jeff Bezos e Elon Musk sobre o assunto, pois não há confirmação de sua adesão à iniciativa.